O F.C. Porto irá defrontar o Belenenses na próxima jornada da Liga. É tempo de reviver e recordar, para alguns jogadores do Restelo. Bruno Vale e Cândido Costa, dois dos jogadores que já passaram pelo F.C. Porto, falaram com o Maisfutebol e explicaram o momento que se vive no Belenenses, quando se avizinha o jogo entre os dois clubes azuis e brancos.
O percurso de ambos é distinto. Bruno Vale iniciou a sua carreira profissional bafejado pelas chamas do dragão do F.C. Porto, clube que «tem uma mística especial inexplicável, e apenas perceptível por quem já vestiu essa camisola».
Cândido Costa voou de mais longe para o dragão. Representou o rival Benfica, antes de jogar uma temporada no Salgueiros, que lhe valeu o passaporte para o F.C. Porto. Foi na temporada de 1999/2000 que carregou o dragão ao peito pela primeira vez. Foi o início de uma relação que se estendeu durante três anos.
A final da Taça da Liga, o F.C. Porto e o Benfica
Depois da vitória dos encarnados por 3-0 na final da Taça da Liga, Cândido Costa apontou aos dragões uma «falta de força anímica». «Alguns jogadores estavam muito em baixo, e não foi uma festa bonita para o F.C. Porto», constatou o ex-portista. Mesmo assim anotou grandes qualidades aos encarnados.
«O Benfica está a jogar muito bem, com muita moral. Os jogadores não têm medo de arriscar, têm um grande caudal ofensivo e estão muito bem defensivamente, também. Se a equipa adversária não estiver à altura, como aconteceu com o F.C. Porto, é muito difícil jogar contra este Benfica», considera.
O médio, que já foi orientado por Jesualdo Ferreira e por Jorge Jesus, aponta características diferentes a ambos. «O Jesus é muito emotivo e um apaixonado pelo futebol. Incute nos jogadores um grande espírito de sacrifício e um enorme ritmo de trabalho. Já o Jesualdo dá uma imagem mais distante dos jogadores, mas não deixa de ser um grande treinador».
Tempo e estabilidade para um Belenenses melhor
E realmente as coisas não correram bem ao Belenenses depois da saída de Jorge Jesus, tal como indica o médio. As «constantes alterações de jogadores, treinadores, equipas técnicas e direcções» fazem com que a instabilidade seja a principal causa apontada para a crise desportiva vivida no Restelo.
«O problema no Belenenses tem sido de todos os elementos do clube. A espinha dorsal, composta por sete ou oito jogadores do tempo de Jesus, partiu-se. E, infelizmente, isso reflecte-se em campo. Neste momento não temos condições para voltarmos a ser o Belenenses que lutava por um dos lugares cimeiros», lamenta Cândido Costa.
«Tempo e estabilidade» são as soluções apontadas pelo atleta para voltar a haver «um rumo traçado que tem que ser cumprido até ao fim, independentemente dos resultados». «O Belenenses precisa de se reencontrar», esclareceu o ala direito.

Bruno Vale está no clube há menos tempo, mas também reconhece que «a falta de sorte não tem favorecido o Belenenses». Em relação à próxima jornada da Primeira Liga, que vai opor F.C. Porto e Belenenses, o guarda-redes espera «um dragão na máxima força, porque o Porto é sempre o Porto».
Bruno Vale espera que o pontapé na crise tenha ocorrido no jogo do Belenenses frente ao Olhanense. «Espero que ganhar ao Olhanense tenha sido o ponto de partida para uma série de bons resultados que nos façam alcançar o nosso principal objectivo, a manutenção na Primeira Liga», explicou.