O principal acionista do Cluj, Arpad Paszkany, e o presidente Iuliu Muresan vieram a público, nesta sexta-feira, negar as acusações de suborno que envolvem o clube romeno, e o futebolista português Cadu, no jogo da última quarta-feira, com o Galatasaray, para a Liga dos Campeões.

«É mentira de uma ponta a outra. Cadu é um símbolo do Cluj, ajudou-nos a conquistar vários troféus e está a ser atacado porque alguém quer desestabilizar o clube», afirmou o Paszkany, um dos visados.

Por sua vez, o presidente Muresan garantiu não estar preocupado com as acusações: «Não percebo porque protegem este tipo de fontes. Gostava de saber o que aconteceria se o deixasse face a face com Cadu, como este já me pediu», referiu o dirigente.

«É apenas alguém que nos quer prejudicar, e particularmente ao Cadu, que já tem sete épocas na Roménia. Volto a dizer que estas acusações nem sequer nos atingem, por serem tão claramente falsas. Nada disto é credível, só poder ser produto de uma cabeça doente», frisou.

«Na Roménia estas acusações são vulgares»

Ao Maisfutebol, o próprio Cadu sublinhou a sua indignação. Sem perder o sentido de humor. «É um belo filme, criado por alguém doido. Quando me disseram nem fiquei surpreendido, pois na Roménia estas coisas, infelizmente, são vulgares».

O defesa central de 30 anos fala numa «fantasia pegada» e está a pensar processar o Sport, onde a notícia do suposto suborno foi publicada. «320 mil euros? Enfim, é uma fantasia pegada. Vou processar o jornal e talvez assim ganhe essa quantia», reagiu o jogador português.

«O jogo foi completamente normal. Perdemos porque o Galatasaray foi, de facto, melhor do que nós. Não estou preocupado com isto, apenas revoltado porque toda a gente me conhece e sabe que tenho um comportamento irrepreensível no futebol», completou Cadu.

Fonte anónima acusa a «mafia portuguesa» do Cluj

A história começou a circular nesta sexta-feira, a partir das redes sociais, e foi concretizada num excerto de entrevista no site Sport.

Nela, uma fonte anónima, identificada como Mihai, ou Michael, acusava um empresário turco de nome Salem, alegadamente sócio de Paszkany em vários negócios, de ter feito chegar uma mala com 320 mil euros a um complexo residencial onde mora Cadu, bem como outros jogadores do clube.

Aquela fonte garantia que o dinheiro teria ficado na posse do jogador português, que é capitão do Cluj, e serviria para facilitar a vitória do clube turco. Nas declarações, a referida fonte deixa ainda acusações à alegada «mafia portuguesa» no clube, que estaria disposta a facilitar em determinados jogos, a troco de dinheiro.

«Diariamente recebemos cartas com acusações fantasiosas e anónimas, como essa. É tudo falso, não tenho negócios com qualquer empresário turco, e espero que haja uma investigação rigorosa ao que foi dito», reforçou Paszkany.

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