A U. Leiria vive (novamente) dias agitados. A decisão do plantel de não treinar na passada sexta-feira, em protesto contra os salários em atraso, deixou João Bartolomeu à beira de um ataque de nervos e o dirigente, no seu estilo truculento, atirou-se ao treinador. Mais tarde, emendou a mão, e veio a público ilibar Manuel Cajuda. Tarde de mais, diz agora o experiente técnico:

«Se está resolvido? Está tudo na mesma, porque as primeiras declarações ofendem a minha dignidade pessoal e profissional e portanto foram ditas, os senhores ouviram, estão confirmadas. As segundas declarações só confirmam as primeiras e depois tentam amenizar aquilo que de mau está nas primeiras afirmações», afirmou o treinador leiriense, no final do treino deste sábado.

«Não sou ativista nem sou sequer muito sindicalista, sou treinador de futebol. Não me parece que seja minha missão andar a incentivar o que quer que seja. Estava no meu balneário e fui convidado a assistir a uma reunião - e não houve greve dos jogadores -, não fiz nada disso. As primeiras afirmações são muito graves mesmo», prosseguiu, lamentando o imbróglio:

«Às 11 da noite ainda havia um canal de televisão que me responsabilizava a mim por coisas que não fiz. É extremamente grave aquilo que aconteceu. Para mim está tudo na mesma.»

«Sou profissional, faço o melhor que posso»

Manuel Cajuda revelou ainda que não voltou a falar do assunto com o presidente. «Nem tenho de falar. Está tudo na mesma. Sou profissional, faço o meu trabalho o melhor que posso, nas condições que o clube me dá e um dia haveremos de falar nas condições que o clube me dá para desenvolver o meu trabalho. Faço o melhor que posso, o melhor que sei e estou a tentar juntar tudo para ganharmos os jogos», garantiu.

O técnico continua a manter a esperança de salvar desportivamente a equipa, pese todos os problemas: «Tenho bons exemplos para pensar. O Porto, há oito dias, tinha cinco pontos de atraso, hoje tem três que são quatro de avanço, portanto é nisso que eu penso: ajudar o U. Leiria. Foi por isso que eu vim para cá e essa é a única causa que me move cá: trabalhar o melhor que sei e o melhor que posso, tentando fazer dentro das condições que tenho o melhor para o clube.»