Manuel Cajuda (treinador do Olhanense) comentou desta forma a derrota da sua equipa frente ao P. Ferreira:
«Os erros por nós cometidos saem-nos muito caros. O Olhanense fez uma excelente primeira parte. As pessoas dizem que o Olhanense joga melhor agora mas não é a jogar melhor que se fazem pontos. Fizemos uma excelente primeira parte, mas o golo a abrir e depois outro em cima do intervalo, ainda por cima da forma como foram consentidos, não é bom. A primeira parte foi muito boa e os dados objetivos do jogo confirmam-no, em posse de bola, remates e cantos. Foi um futebol de grande qualidade na primeira parte mas, na segunda parte, o que aconteceu foi que jogámos com mais coração do que cabeça, mas jogámos e dominámos. Nos nossos últimos jogos em casa, o treinador da equipa contrária chega aqui e diz que teve sorte e eu chego aqui e tenho sempre de dizer que tivemos azar. Fizemos algumas nuances, alterámos as peças e alternámos sistemas de jogo, com um domínio grande, mas não há resultado pela estatística, há um resultado final. Depois, são erros cometidos perante uma equipa cheia de moral, que até quando a bola bate no joelho ela fica em seu poder. É uma equipa cheia de moral e outra a jogar bem mas sem muito moral.»
Sente os jogadores descrentes? «Não diria descrentes, mas concordo que não fomos tão bons na segunda parte. Os jogadores que entraram na segunda parte não renderam o que gostariam de render. E há outra situação: eu tenho jogadores clinicamente recuperados mas não aptos em termos desportivos. O Djaniny estava algo cansado, e pediu para sair. O Jander não suportava o jogo, houve que fazer alterações. Resta esperar que, com o interregno, alguns jogadores ganhem melhor condição física. Posso dar-vos um exemplo, que será sempre inócuo, mas o Ivanildo lesionou-se a 5 de janeiro e antes dessa data tinha partido o braço. Ou seja, nos últimos quatro meses, treinou dez dias. Está curado? Sim. Mas não está 100% apto. Somámos alguns bons jogos mas vitórias morais tenho eu muitas ao longo da carreira.»
A situação complicou-se na luta pela manutenção? «É evidente que não fica melhor. Mas é evidente que esta luta, quer queiramos quer não, vai ser até ao ultimo jogo. Há seis equipas que, na minha opinião, estão no lote de equipas a lutar pela manutenção. É evidente que ficaria mais desanuviado e queria melhor, ficaria melhor se tivéssemos feito outro resultado. Mas é a luta que vai ter de ser feita.»
Um técnico que vai em dez jogos sem ganhar tem condições para continuar? «Acho que sim. As pessoas podem não achar, mas eu acho. Não sou recordista nisso. Ainda na última época, uma equipa esteve 16 jogos sem ganhar e o treinador ainda lá se mantém. As pessoas são livres de não acharem o mesmo mas eu não posso fazer mais do que já fiz na última semana e meia.»