O presidente do Praiense, Marco Monteiro, afirmou esta segunda-feira que o Praiense já entrou em contacto com advogados para impugnar a decisão da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) sobre a indicação administrativa de Vizela e Arouca para a subida à II Liga de futebol.

«Ficámos todos dececionados e estupefactos com a decisão. Acho que é uma decisão que não tem legalidade, nem justiça, acima de tudo. Nenhum dos quatro [primeiros classificados] é mais primeiro. O Praiense tinha 11 pontos [de vantagem]. Era a equipa que estava mais em primeiro em relação ao segundo. Vamos fazer tudo para que haja justiça, numa decisão precipitada da FPF. Já contactámos um grupo de advogados do Continente, que vai tratar da situação. Provavelmente já teremos algumas coisas amanhã e nos dias seguintes. Não foi feita justiça, não há verdade desportiva», afirmou o dirigente, em conferência de imprensa.

Ao lado de Marco Monteiro esteve a Associação de Futebol de Angra do Heroísmo, à qual o Praiense está filiado. O presidente, Paulo Gomes, constatou incredulidade com a decisão. «Deparamo-nos com uma situação injusta. A Associação não concorda, porque deveriam ter sido ouvidas as seis associações que representam os outros clubes e devia ter sido dada oportunidade de apresentarmos alguma proposta ou critério», considerou.

Na conferência de imprensa, na qual esteve também o presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória, Tibério Dinis, que endereçou «total solidariedade» para com o clube, Paulo Gomes falou ainda de «um bocadinho de hipocrisia» pelas únicas «duas entidades que concordam» com a decisão da FPF, os beneficiários Vizela e Arouca.

No sábado, a FPF indicou Vizela e Arouca, os clubes mais pontuados no Campeonato de Portugal entre os 72, para subir à II Liga. Os vizelenses, líderes da série A, somavam 60 pontos na altura do cancelamento da competição. O Arouca, líder da série B, tinha 58. Olhanense e Praiense, primeiros classificados das séries D e C, tinham 57 e 53 pontos, respetivamente.

Após a decisão, o Praiense, juntamente com os outros cinco clubes que estavam em lugares de acesso ao play-off a oito para decidir a subida, de acordo com os regulamentos – Olhanense, Fafe, Lusitânia de Lourosa, Benfica e Castelo Branco e Real – solicitaram uma reunião com o presidente da FPF, Fernando Gomes, não tendo tido resposta «até ao momento», de acordo com Marco Monteiro.