Venha a calculadora, por favor!

O velho hábito português de deixar tudo para a última voltou a atacar e não permite a qualquer seleção descansar em nenhum momento e, por isso, Portugal vai decidir o apuramento na última ronda com o Irão, já que na segunda jornada do grupo C empatou com a Costa Rica a uma bola.

Uma igualdade justa, com golos apenas de penálti, numa exibição pálida e que não reflete o valor que esta seleção tem. Diogo Dalot e Diogo Gonçalves foram os melhores, mas individualmente, todavia não chegaram para mais que um ponto, o primeiro no Mundial da Coreia do Sul.

Peixe voltou a não estar bem, quer no plano inicial quer durante o jogo, e os seus pupilos continuam sem render. A última cartada com o Irão será decisiva, no sábado.

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A seleção nacional tinha perdido o primeiro jogo e Peixe mudou quatro peças em relação a esse jogo. Apesar da defesa ter tremido com a Zâmbia, o selecionador manteve Diogo Costa na baliza, Dalot e Yuri Ribeiro nas laterais e Rúben Dias e Jorge Fernandes no eixo defensivo.

Quase tudo mudou do meio-campo para a frente: Xadas manteve-se no meio-campo, agora com Miguel Luís e Pêpe em vez de Gedson e Florentino. 

Na frente, Diogo Gonçalves foi o único repetente, do lado esquerdo. Zé Gomes deu lugar a Xande Silva e Hélder Ferreira entrou para o posto de André Ribeiro.

Se Peixe procurava melhorias com as alterações não as teve e a exibição de Portugal raramente teve momentos positivos. Aliás, se a seleção entrou com uma atitude positiva e pressionante, isso não se traduziu em lances de qualidade e oportunidades e só depois dos 20 minutos conseguiu um lance perigo... e de forma caricata.

Dalot inventou na linha, Mesen quis aliviar e rematou contra o lateral português, a bola foi ter à pequena-área onde Hélder Ferreira e o guarda-redes Pineda disputaram o esférico, este ressaltou e ficou perdido. Outro defensor costa-riquenho foi lá e tirou mal e, por fim, a bola foi ter com Xande Silva, que na zona do penálti atirou para enorme defesa de Pineda.

Depois deste lance, Portugal espevitou dez minutos e criou três lances. Primeiro Miguel Luís lançou Diogo Gonçalves, mas este não deu boa sequência ao lance, a seguir foi Diogo Gonçalves a isolar Xande Silva, mas Pineda com uma mancha superiorizou-se e, por fim, um tiro de Diogo Gonçalves foi ao lado.

Portugal dava mostras de melhorias e acabou mesmo por marcar numa grande penalidade. Dalot cruzou, Mesen cortou, mas o árbitro considerou que foi com a mão e apontou para castigo máximo. O juiz do Qatar não quis pedir uma análise de vídeo-árbitro, que talvez anularia a decisão já que as imagens mostram a bola a embater no ombro. Diogo Gonçalves não quis saber e fez o 1-0.

A seleção nacional estava na frente, mas o golo «fez mal» ao conjunto de Peixe, que recuou à espera da subida da Costa Rica e o jogo perdeu qualidade. Até ao intervalo apenas nota para remates de Xadas e Dalot, mas de longe, e com perigo relativo.

O marcador era favorável ao intervalo, contudo a exibição era cinzenta e Portugal foi castigado logo nos instantes iniciais da segunda parte. Martinez simulou uma grande penalidade, o árbitro foi na cantiga e não pediu vídeo-árbitro novamente. 

Mais uma decisão errada, só que agora foi a vez de Marin não querer saber disso e apesar de Diogo Costa ter adivinhado e defendido, não teve sorte e a bola ressaltou no seu pé e foi para dentro da baliza.

Empate no jogo e nem assim Portugal acordou. Hélder Ferreira falhou ao segundo poste na bola após cruzamento de Dalot, já sem o guarda-redes, e essa foi a única oportunidade até final e aconteceu aos 51 minutos.

Peixe ainda mudou, meteu André Ribeiro, José Gomes e por fim Ferro, para compensar a expulsão de Rúben Dias, que viu dois amarelos talvez injustos, em disputas aéreas.

A partir do momento que ficou com dez, aos 72 minutos, Portugal nunca mais saiu do seu meio-campo e segurou o primeiro ponto no Mundial.

Continua no terceiro posto, a dois pontos do Irão e a cinco da Zâmbia que garantiu já o primeiro lugar.

Há finalíssima no sábado com os iranianos e basta vencer para se apurar. Caso isso não aconteça, há que pegar na calculadora e ver se é possível ser um dos quatro melhores terceiros.  Neste momento é o pior.