O presidente do Praiense, clube que liderava a série C do Campeonato de Portugal quando esta foi anulado pela Federação Portuguesa de Futebol, assumiu esta terça-feira que existem pagamentos por regularizar no emblema açoriano.

Este atraso nos pagamentos é associado ao internamento, em Espanha, e durante 10 dias, do principal investidor da SAD, o empresário Luis Oliver Albesa, diagnosticado com covid-19.

O presidente do Praiense, Marco Monteiro, diz que a situação será resolvida em breve: «Não há situação catastrófica no Praiense, nem vai haver. É óbvio que já se poderia ter pago noutra altura, mas não se conseguiu pagar muito derivado à situação do investidor ter adoecido e de não poder resolver o que tinha a resolver», referiu, em declarações à agência Lusa.

«Existem algumas situações que falta regularizar com os atletas, com os treinadores e com colaboradores, que vão ser resolvidas muito em breve e que não o foram há mais tempo porque há cerca de um mês o nosso investidor apanhou covid-19», acrescentou.

Quanto aos casos específicos que falta regularizar, e sobre a possibilidade de existirem salários em atraso, Marco Monteiro não quis adiantar pormenores, limitando-se a afirmar que a situação está controlada: «Não vou acrescentar muito mais sobre isso. Existem situações por resolver com os atletas, mas tenho a certeza de que 50% dos clubes do campeonato de Portugal estão em pior situação que a nossa. Não tenho dúvidas sobre isso, mas cada um cuida da sua casa.»

O certo é que, nos últimos dias, surgiram notícias que dão conta que os jogadores do Praiense, para além dos salários em atraso, estarem dependentes de colegas de equipa para conseguir alimentar-se, algo que o presidente nega de forma peremtória: «Que eu saiba não existe nem nunca faltou comida a ninguém nos atletas do Praiense. Até pelo contrário, até acho que têm sido muito bem tratados, sempre o foram.»

Marco Monteiro avançou ainda ter conhecimento de que o investidor do SAD já se está a «restabelecer» e que irá resolver todas as situações que se encontram por resolver: "Já me foi comunicado que irão ser resolvidas todas as situações pendentes. Quero é salientar que nunca eu deixaria que alguém passasse dificuldades sejam elas quais fossem. Uma coisa é ter algumas coisas por resolver, mas com dificuldades para comer, nunca.»

A SAD do clube da Praia da Vitória está nesta altura dividida em duas partes, com 30 por cento na posse do clube e 70 por cento nas mãos do investidor Luis Oliver Albesa, empresário espanhol de 57 anos, que é co-proprietário do Extremadura e ex-acionista do Betis e do Córdoba.

Marco Monteiro garantiu ainda que todo o valor da parte a que o clube está obrigado na SAD foi «cumprido na íntegra».

O Praiense está sem competir desde 8 de abril, depois da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) ter anunciado o cancelamento dos campeonatos seniores não profissionais da época 2019/20, devido à pandemia de covid-19.

Até à conclusão da competição, o Praiense era líder da série C do Campeonato de Portugal com 53 pontos, mais 11 que o segundo classificado, o Benfica de Castelo Branco, com 25 jornadas concluídas.