(Atualização de artigo original de 20 de abril)

No limite. A quatro jornadas do final da Liga, Benfica e Sporting estão separados por dois pontos Com a meta à vista, águias e leões estão proibidos de perder pontos, sob pena de se atrasarem irremediavelmente no sprint final. Neste fim de semana, o Sporting recebe o União da Madeira, num jogo que, no plano teórico, não deverá trazer dificuldades de maior para a equipa de Jorge Jesus. Aparentemente mais complicada será a deslocação dos campeões nacionais no domingo a Vila do Conde. Frente ao Rio Ave, os encarnados têm um teste de fogo diante de uma das equipas que está a lutar taco a taco pela Liga Europa.

A proximidade entre os rivais lisboetas no topo da classificação faz do campeonato português um dos mais aliciantes da Europa nestas semanas que restam até ao final das competições.

Mas há muitos mais motivos de interesse espalhados pelo «velho continente». Com o aproximar do final das ligas europeias, o Maisfutebol passou em revista os campeonatos do top 15 do ranking de clubes da UEFA (uns mais importantes do que outros) e ficou com uma certeza: isto (ainda) promete!

Graus de interesse:

* Aborrecido

** Não estou para aí virado

*** Isto ainda mexe

**** Isto promete

***** Não estou para ninguém

ESPANHA (*****)

Se este texto tivesse sido escrito há cerca de um mês, teríamos dito que a oficialização do título espanhol era apenas uma mera formalidade. À passagem da 30.ª jornada, o Barcelona liderava o campeonato com 76 pontos, mais nove do que o Atlético e dez do que o Real Madrid.

Seria possível uma equipa como o Barça, para muitos considerada a melhor do mundo, quebrar ao ponto de pôr em risco a conquista de mais um campeonato? Altamente improvável, sim, mas aconteceu. O conjunto blaugrana entrou num estranho «hiato» de vitórias e ajudou a transformar a previsível Liga espanhola na competição mais interessante da Europa por estes dias: a quatro jornadas do final do campeonato, o Barcelona soma 79 pontos (voltou às vitórias a meio desta semana: 8-0 ao Deportivo), os mesmos do que o Atlético Madrid e mais um do que o Real.

ALEMANHA (**)

«Vinte e dois homens atrás de uma bola durante 90 minutos e no fim ganha a Alemanha.» A frase, celebrizada pelo inglês Gary Lineker no Mundial 1990, até pode aplicar-se a terras germânicas mas com uma ligeira mudança: no fim, ganha o Bayern Munique. A equipa de Pep Guardiola leva sete pontos de avanço sobre o Borussia Dortmund e caminha a passos largos para a conquista de um inédito tetracampeonato que pode chegar já neste fim de semana, a três jornadas do fim da Bundesliga: para isso, precisa de vencer fora o Hertha Berlim e esperar que o Borussia seja derrotado na deslocação a casa do Estugarda.

INGLATERRA (****)

No lufa-lufa das ligas europeias, há pelo uma delas que por estes dias prende as atenções da maioria dos amantes do desporto-rei e não por causa dos crónicos candidatos ao título, já arredados desta luta. Sim, a Premier League está virada do avesso em 2015/16. A quatro rondas do final da prova, a luta resume-se agora a Tottenham e Leicester, que lidera com cinco pontos de avanço. Teoricamente, o calendário que resta não é simpático para a equipa de Claudio Ranieri (ainda defronta fora o Manchester United e, a fechar, o Chelsea), mas a almofada pode ser suficiente para garantir aos «foxes» a conquista do primeiro campeonato em mais de 130 anos de história. Para isso, é importante não vacilar na receção ao Swansea, neste domingo. No dia seguinte, 25, o Tottenham recebe o West Bromwich.

ITÁLIA (**)

Tal como na Alemanha, por aqui também está tudo praticamente decidido. A Juventus lidera a Serie A com 82 pontos, mais nove do que o Nápoles. Após a 34.ª jornada, disputada a meio da semana com vitórias tranquilas dos dois primeiros classificados, ficam a faltam quatro para o final da competição. O 32.º scudetto da Vecchia Signora e o quinto consecutivo pode chegar na segunda-feira, um dia depois da Juventus defrontar a Fiorentina de Paulo Sousa. As contas são simples: basta que o Nápoles tenha um resultado pior do que a equipa de Turim. Possível? Bastante, ou não tivesse uma deslocação dificílima a casa da Roma, que, a cinco pontos do adversário desta ronda, ainda não perdeu a esperança de chegar à vice-liderança. Quer isto dizer que a equipa de Massimiliano Allegri pode ser campeão no conforto do sofá.

RÚSSIA (****)

Não há caso igual ao espanhol nos principais campeonatos europeus, mas há pelo menos um parecido. Na longínqua Rússia, o surpreendente Rostov pôs no mapa a cidade de Rostov-on-Don, da zona ocidental do país. Lidera o campeonato a seis jornadas do fim com 48 pontos, mas a concorrência é de peso. O CSKA está a um ponto e o Zenit vem logo a seguir: a equipa dos portugueses Villas-Boas, Danny e Neto soma 46 pontos, depois de ter chegado a estar a dez do topo. No domingo mede forças no terreno do líder. Se perder, o conjunto de São Petersburgo complica as contas; se ganhar, ultrapassa a equipa sensação da prova e pode chegar ao topo da classificação mas, para isso, precisa que o CSKA tropece no dérbi de Moscovo com o Dínamo.

UCRÂNIA (***)

O Dínamo Kiev está perto de garantir a conquista do bicampeonato. A quarto jornadas do final da liga, a equipa de Miguel Veloso e Antunes soma mais cinco pontos do que o Shakhtar mas os dois rivais ainda medem forças entre si pelo caminho, o que mantém as contas do título em aberto pelo menos até esse encontro, agendado para o próximo fim de semana, que pode ser decisivo.

BÉLGICA (****)

Club Brugge, Anderlecht ou Gent. Um destes deverá ficar com a Liga Jupiter, onde se joga o playoff de apuramento do campeão.

Para já, volvidas quatro jornadas, é o Gent (campeão em título) quem está em desvantagem, a três pontos dos líderes Anderlecht (de Djuricic) e Club Brugge (de Michel Preud'homme). A meio desta semana jogou-se mais uma jornada. Gent e Anderlecht empataram a um golo, enquanto o Club Brugge perdeu fora (4-2) com o Genk. Isto promete!

HOLANDA (****)

Desde a viragem da década (2010/11) que não se assistia a uma luta tão titânica entre pelo menos duas equipas no país das tulipas (na altura até foram três). Os culpados? Os suspeitos do costume: o PSV e o Ajax, que têm repartido entre si, tirando raras exceções, os títulos nas últimas décadas. As duas mais importantes equipas holandesas voltaram a ganhar os respetivos encontros a meio desta semana e continuam de mãos dadas no topo da classificação: ambas com 78 pontos, o mesmo número de vitórias, de empates e de derrotas. A concorrência? Esqueça. Isto vai mesmo decidir-se entre Ajax e PSV. Para já, o conjunto de Amesterdão está na frente, por ter um melhor registo (56 pra 50) entre golos marcados e sofridos.

TURQUIA (***)

Ponto prévio: aconteça o que acontecer, haverá um campeão português na Turquia. Para já, Ricardo Quaresma é quem está em melhor posição. Nas últimas jornadas, o Besiktas descolou do Fenerbahçe e leva cinco pontos de vantagem sobre o rival. A cinco rondas do final do campeonato, a equipa de Vítor Pereira, Nani, Bruno Alves e Meireles não depende de si, mas também não se pode dizer que esteja afastada do título.

FECHADOS

Campeonatos ao rubro ou mais ou menos decididos. Há de tudo. Mas a verdade é que nenhuma das ligas supra-mencionadas já têm um campeão matematicamente encontrado. Em FRANÇA (*), por exemplo, o título já está entregue ao Paris Saint-Germain desde 13 de março. A equipa da capital gaulesa arrumou com a questão a oito jornadas do final da Ligue 1, tornando-se no campeão francês mais precoce de sempre. A luta resume-se agora à atribuição do segundo lugar, que dá acesso direto à Liga dos Campeões. Para já, o Mónaco de Leonardo Jardim é o primeiro… dos outros.

O PSG fechou as contas cedo, mas ninguém bate Marco Silva neste aspecto. No ano de estreia num campeonato estrangeiro, o técnico português levou o Olympiakos à conquista do título da GRÉCIA. Fê-lo a 28 de fevereiro. O campeonato chegou ao fim no último fim de semana (ainda vai jogar-se o playoff de acesso às competições europeias), e a equipa de Atenas, hexacampeã, terminou-o com uma das campanhas mais imaculadas de sempre: 28 vitórias, um empate e uma derrota, deixando o Panathinaikos a 27 (!) pontos.

PRÓ-FORMA

Na SÉRVIA (*), o único dos países deste artigo que não figura no top 15 do ranking de clubes da UEFA, o Estrela Vermelha de Hugo Vieira (melhor marcador do campeonato com 20 golos) está lançado para a conquista do título. A equipa de Belgrado fechou a fase regular da liga com uma vantagem dilatada sobre a concorrência. Agora, com a redução dos pontos para metade, o histórico clube da ex-Jugoslávia tem uma almofada mais pequenas mas igualmente confortável: soma mais 12 pontos do que o Cukaricki e 14 do que o Partizan. Deverá haver festa do título algures entre as próximas duas a três semanas. Na pior das hipóteses.

Seguimos para a SUÍÇA (*), onde o campeonato está a sete jornadas do fim. Apesar dos muitos pontos que ainda estão em cima da mesa, o Basileia pode sagrar-se campeão já no domingo à tarde. Para isso, precisa de fazer melhor frente ao Vaduz do que o Young Boys diante do Zurique. Se somarem o mesmo número de pontos, a decisão do título fica adiada pelo menos para a ronda seguinte. Isto porque, apesar dos 18 pontos de vantagem a seis jornadas do final, nos critérios de desempate o confronto direto fica atrás da diferença entre golos marcados e sofridos.

Bem encaminhada está também a revalidação do TÍTULO CHECO (**) pelo Viktoria Plzen. O mais direto perseguidor, o Sparta Praga, está a nove pontos e, apesar de ter um jogo a menos, começa faltar tempo para alcançar o topo da classificação. Faltam cinco jornadas para o final da liga.

Já na ROMÉNIA (***), há quatro portugueses na iminência de se sagrarem campeões. Geraldo, Ricardo Alves, Pedro Queirós e Filipe Teixeira, pelo Astra Giurgiu, que nunca conseguiu vencer o campeonato. Com o histórico Steaua Bucareste a seis pontos a três rondas do final da fase de apuramento do campeão, deve mesmo ser desta. Faltam quatro pontos.