Manucho e Flávio são as estrelas da companhia, os artistas da equipa. Mas no sector mais recuado de Angola Kali tem tido papel importante, segurando as ofensivas contrárias. O central do Sion, que já jogou em Portugal, é o único jogador que resta da defesa angolana que participou no Mundial 2006.
É um dos mais experientes da equipa e, como tal, avisa que Angola não pode procurar apenas a igualdade frente à Tunísia, paa passar à segunda fase da Taça Africana das Nações (CAN).
«Temos de abordar este jogo como fizemos nos dois primeiros. É mais uma final. Ficar em segundo ou primeiro é diferente, mas entre Egipto e Camarões não há grande escolha. Para além disso, sabemos que o empate nos chega. Temos de ter grande concentração como até aqui para passar e festejar a qualificação», referiu o defesa ao Maisfutebol, acrescentando que, apesar de tudo, «é perigoso pensar no empate».

Por isso, os Palancas Negras têm de «encarar o jogo como se fosse preciso ganhá-lo». «Não queremos correr o risco de jogar para o empate e sermos eliminados. Temos de fazer do jogo uma final», declarou Kali.
O central admitiu que, antes de chegar ao Gana, considerava a Tunísia o rival mais difícil do grupo. «Era o adversário mais forte, mas o primeiro jogo mostrou um empate entre tunisinos e senegaleses e nós vimos que a Tunísia não foi superior», observou.
Corrigir bolas paradas
É um dos problemas com que Angola se debate, mas Kali espera corrigi-lo a tempo. «As bolas paradas definem jogos e temos de ter o máximo de atenção. Contra o Senegal houve demérito nosso. É um lance que temos obrigatoriamente de corrigir. Temos treinado essa situação e dedicado muito tempo a esse aspecto. Tem-nos faltado concentração», admitiu Kali.
O ex-jogador de Santa Clara e Barreirense elogiou os novos colegas da defesa - Yamba Asha jogou sempre desde que regressou à equipa -: «Tem sido fácil jogar com o Airosa e com o Rui Marques. O Marco já o conhecia, porque joguei com ele no Barreirense, e é um jovem com muita margem de progressão. Quando está confiante é um espectáculo. O Rui é experiente, jogou em grandes equipas e bons campeonatos. Estão a crescer de jogo para jogo, sabendo que temos outras alternativas, como o Jamba, o Locó e o Delgado.»
No fim, Kali mostrou confiança na passagem à fase seguinte do CAN 2008 e refere «nos quartos-de-final todo pode acontecer». Até chegar às meias-finais.