A camisola 23 é aquela em todos reparam quando Angola entra em campo. Pertence a Manucho Gonçalves, avançado que assinou contrato pelo gigante Manchester United e que, só por isso tinha todos os holofotes apontados à cara. Só que o ex-atleta do Petro de Luanda tem produzido, ele próprio, brilho. Com três golos em dois jogos é um dos goleadores da prova e a grande esperança angolana. Ou será já uma certeza?
«Na preparação trabalhei muito para que isto acontecesse. Espero fazer mais golos, mas estou muito satisfeito. Agora temos o jogo com a Tunísia e vamos ter de o ganhar. Vai ser difícil, mas espero marcar», revelou Manucho ao Maisfutebol, acrescentando: «O meu objectivo é ser o goleador do CAN 2008. Espero marcar em todos os jogos.»
Ora, para já, o angolano vai lançado para o troféu individual, mas admite que virão aí obstáculos maiores, fruto do futebol que já exibiu no Gana. «Sinto-me pronto para o resto do CAN. Agora a marcação vai ser mais dura. Mas é sempre assim e uma pessoa tem de saber virar-se, de desmarcar-se, para fazer os golos», analisou o ponta-de-lança.
Convites de Itália
Na busca do golo, Manucho Gonçalves tem um aliado de peso. Antes do camisola 23 dos Palancas Negras, o último jogador a ser o melhor marcador do Girabola pelo Petro de Luanda foi Flávio Amado. Hoje, os dois formam a dupla atacante da Selecção, relegando para o banco outro goleador: Love Cabungula.
«Já nos conhecemos muito bem, ainda jogámos juntos no Petro», lembra Manucho, para explicar o bom entrosamento com Flávio.
Os dois primeiros golos no CAN 2008, frente a África do Sul e Senegal foram de belo efeito, mas de qual gostou mais Manucho? «Foram ambos bem trabalhados. Não sei qual gostei mais... talvez o primeiro, com a África do Sul», diz, sem ter certeza na resposta.

É avançado do Manchester United, mas a boa campanha no CAN está a abrir mais portas a Manucho. É sabido que o angolano pode ser emprestado, mas caso não alcance o número de internacionalizações exigidas pela lei inglesa, pode ser emprestado. Nessa medida, já recebeu convites de outras ligas europeias.
«Do Manchester United ainda ninguém falou comigo desde que estou no Gana. Houve clubes de Itália que me abordaram, e manifestaram interesse. Houve um empresário que me falou na possibilidade de jogar na liga italiana», revelou Manucho.