Muita cor, como esperado, festa, algumas críticas à organização e grandes momentos de futebol. O Campeonato Africano das Nações (CAN) de 2008 está a ser um das edições da prova com mais golos, sendo ainda possível bater o recorde da edição de 1998. Nesse ano, no Burkina Faso, apontaram-se 93 golos em 32 jogos. Ou seja, houve uma média de 2,90 golos por jogo. No Gana 2008, esses números mantêm-se: 2,91 golos/jogo: em 24 partidas, já se festejou 70 vezes.
Mas mais do que a quantidade de golos, a beleza dos remates tem causado inveja aos campeonatos mais competitivos. O CAN 2008 tem tido imensos golos de pontapés fora da área, e há que registar também os dois golos de cabeça do angolano Manucho.
Só que o avançado em maior evidência neste CAN 2008 é Samuel Etoo: o camaronês e o melhor marcador da prova, com cinco golos, e é já o maior goleador da história do CAN. Etoo ultrapassou o marfinense Laurent Pokou, que apontara 14 golos em duas edições. A primeira em 1968, a segunda em 1970. Samuel Etoo tem 16, em cinco campeonatos.
Outro jogador em destaque é Michael Essien, um dos candidatos a vencer o prémio de Melhor Futebolista Africano de 2007, a par de Didier Drogba e Frédéric Kanouté, cujo anúncio ocorrerá hoje. O médio ganês do Chelsea tem impressionado pela selecção da casa e até já marcou um golo, frente a Marrocos.
Quanto aos jogadores que actuam no campeonato português, o marroquino Tarik Sektioui terá sido aquele que mais desiludido está com o CAN. Marrocos nãopassou da primeira fase, apesar de ser um dos favoritos no Grupo A. Mas cabe a Osmane Ndoye a nota mais negativa: o jogador da Académica de Coimbra regerssou ao hotel da equipa fora de horas e foi castigado pelo seleccionador senegalês por isso. Ainda no Senegal, Sougou teve pouco tempo para mostrar serviço.
Os benfiquistas Binya (Camarões) e Zoro (Costa do Marfim) continuam em prova, Tchomogo (Benim) regressou mais cedo e os sete angolanos que actuam em Portugal já fizeram história pelo seu país. Pela primeira vez em quatro participações, Angola passou aos quartos-de-final do CAN.
De resto, e ao contrário do que tem sido hábito no CAN, e até nas provas da UEFA e FIFA, a prova ganesa tem revelado excelentes arbitragens, com poucos casos. Pior mesmo, foram as acusações do seleccionador do Benim, Reinhard Fabisch, e da federação da Namíbia, que revelaram aliciamento de jogadores, para manipular resultados. Isto claro, para além do desabafo do seleccionador dos Camarões, Otto Pfister. O alemão está mesmo aborrecido com a organização, pois gostaria de treinar à porta fechada e não consegue. Pior que isso, foi quando a equipa chegou a Kumasi, queria comer e o responsável do hotel esquecera-se de deixar a chave aos cozinheiros.