O Estádio Municipal de Aveiro será palco, no próximo sábado, do confronto entre o melhor ataque da Liga, o do Benfica, e a defesa menos batida da competição, a do Beira Mar.

Os auri-negros detêm, por conseguinte, o guarda-redes que menos golos sofreu até agora, apenas dois. Mais: na Europa, apenas Manuel Nueur, guardião do Bayern de Munique, batido apenas uma vez, apresenta melhor registo.

O feito deixa Rui Rego «orgulhoso» mas consciente de que só em equipa é possível atingir tamanho patamar. «É o reflexo do excelente trabalho defensivo que temos vindo a desenvolver. Sei que sou o último obstáculo mas dependo de toda a equipa, não apenas da defesa. Vou tentar manter o bom registo o máximo de tempo possível», observa o número 24 beira-marense, em conversa com o Maisfutebol.

Frente ao Benfica, o guarda-redes terá o teste mais duro até ao momento ou não tivesse de enfrentar a equipa mais concretizadora do campeonato. «Cardozo, Saviola, Rodrigo¿ venha o diabo e escolha. São jogadores extraordinários, num plantel cheio de soluções de qualidade. Vai ser um jogo extremamente difícil, mas vamos dar o nosso melhor e fazer tudo para vencer», promete.

O Beira Mar debate-se, todavia, com esta inusitada contradição: ter a melhor defesa mas também um dos piores ataques (três golos, tantos quantos o Nacional, todos marcados na segunda jornada). A «seca» tem sido tema recorrente, pela demora em acabar. Será este sábado? Pelo menos, a pressão, desta feita, será bem menor.

«Espero que sim. Temos tido imensas oportunidades e a bola há-de acabar por entrar. Temos trabalhado nesse sentido e se acontecer frente ao Benfica, tanto melhor. Mas, acima de tudo, queremos mostrar que temos qualidade e podemos discutir o jogo», defende o guardião.

Selecção está bem servida

Numa altura em que a discussão pela baliza da Selecção está em aberto será legítimo pensar trazer o nome do guarda-redes beira-marense para contenda? Rui Rego reage com modéstia: «Primeiro, tenho de dizer que os colegas chamados ultimamente são excelentes. Tanto Rui Patrício, como o Quim, o Eduardo ou o Beto. São os melhores e já o provaram. Quanto a mim, continuarei a trabalhar, sou português, e, obviamente, adoraria ser chamado mas depende de muitos factores.»

Numa posição em que a altura, para Jorge Jesus, por exemplo, é essencial, o dono das redes do Beira Mar, com 1,76 m, teima em elevar essa exigência à categoria de um mito. «No futebol actual, é importante mas não determinante. Um bom guarda-redes tem de ser extremamente seguro e tranquilo, tanto entre os postes como fora. Tem de ser bom em todos os aspectos técnicos.»

Neste sábado, cabe a Rui Rego provar, mais uma vez, ao treinador do Benfica que tamanho não é documento...