Carlos Carvalhal, treinador do Sporting, depois do triunfo sobre o V. Guimarães (3-1), no Estádio de Alvalade, em jogo da 23ª jornada da Liga:
«Tínhamos uma estratégia para este jogo, estudámos bem o adversário, tínhamos apenas três dias de recuperação e temos outro jogo na quinta-feira. Nestas condições, fizemos uma entrada fortíssima, conseguimos um resultado que expressa o que realizámos dentro do campo. Ao longo do jogo tivemos sete ou oito oportunidades de golo e concretizámos três, ou melhor quatro. Também beneficiámos de um erro no primeiro golo. Mas a vencer por 3-0 ao intervalo e com o peso do jogo que fizemos em Madrid, em que jogámos com dez durante uma hora, levou a que fizéssemos uma gestão do jogo, embora não fosse uma gestão perigosa. Falhamos no golo sofrido, mas parece-me uma vitória inteiramente justa».
[É um resultado que, além de defender o quarto lugar, moraliza a equipa para o jogo com o At. Madrid?]
«A gestão que foi feita foi no melhor sentido. O pior que podia acontecer era termos que ir à procura do resultado até final, mas isso não aconteceu. A entrada forte resultou em pleno. Se tivéssemos até ao último minuto para ganhar o jogo, a gestão teria sido diferente, extravasando aquilo que considero o vermelho, relativamente ao estado em que os jogadores estão para o jogo de quinta-feira. O At. Madrid é uma equipa muito forte. Nos últimos quinze dias venceu o Barcelona (2-1) e o Valência (4-1). Não pode ser uma equipa fraca, é uma equipa fortíssima».
[Com o ascendente nos últimos jogos, o Sporting pode ainda chegar ao terceiro lugar?]
«O Sporting é um clube grande, tem de jogar sempre para ganhar. O objectivo tem de ser sempre ser campeão, não conseguindo ser campeão, tem de lutar até ao fim para ganhar os jogos todos. Neste momento já estamos com a pressão de ganhar na quinta-feira, depois temos de ganhar o próximo. Vamos ver onde estamos no final».
[Pelo que viu hoje e com o apoio dos adeptos, estão reunidas as condições para vencer o At. Madrid?]
«Antes de mais quero dedicar a vitória às mulheres sportinguistas, porque foram de um entusiasmo que se sentiu no relvado. Há uma especial que é minha irmã, que é sportinguista ferrenha. O facto de estarmos moralizados ou da equipa estar a absorver melhor as nossas ideias, vai com certeza ajudar e ajudou também que tivéssemos conquistado o público. Não é fácil ter cinco mil adeptos num estádio estrangeiro como nós tivemos em Madrid. Vamos defrontar uma grande equipa, com jogadores de selecção, mas acreditamos que, com o apoio dos adeptos, podemos superar este obstáculo. Tenho de refrear os ânimos porque não vamos defrontar uma equipa fraca. Acredito que vamos passar e conto com o apoio dos adeptos e com a bravura dos meus jogadores».
[Paulo Sérgio queixou-se de anti-jogo da parte do Sporting.O que tem a dizer?]
«Nunca comento afirmações dos meus colegas. Mas não vi nada disso. O Pedro Mendes sofreu uma lesão, estivemos quase dez minutos com dez e não gosto de jogar com dez, prefiro jogar com onze. Não gosto dessas situações de forma alguma, gosto que os jogadores se levantem, mas não faço comentários sobre o que os meus colegas dizem».
[Espera um jogo parecido com o de Madrid na quinta-feira?]
«Espero um jogo diferente. O Sporting vai estar mais activo, vai ser importante jogarmos com onze, com dez ficámos condicionados. O Atlético tem muitos pontos fortes e alguns pontos fracos. Vamos tentar aproveitar esses pontos fracos até ao tutano, mas vai ser um jogo difícil».
[A inclusão de Caneira foi a pensar no jogo com o At. Madrid?]
«A inclusão do Marco não tem nada a ver com quinta-feira. Quando o Marco entrou o jogo serenou e tivemos duas oportunidades. Claro que contamos com ele em absoluto. Sempre quis jogar como central, não como lateral. Tem é uma concorrência forte nesse sector, estamos muito bem servidos relativamente a defesas centrais».