Carlos Queiroz está envolvido em polémica na Colômbia por um comentário feito quando achava que o microfone estava desligado. O selecionador foi questionado sobre Sebastián Villa, do Boca Juniors, que foi acusado de violência doméstica pela companheira e disse que o jogador está na lista de possíveis convocados porque tem qualidade para representar a seleção.

«O importante é o seu rendimento, se ele estiver em condições para o Boca, estará em condições para a Colômbia», começou por dizer o técnico português aos jornalistas.

«É um assunto que as autoridades civis, sociais e políticas colombianas terão em consideração. Eu não sou uma instituição. Há um jogador que joga na liga argentina, que é colombiano e pagam-me para eu saber se ele tem qualidades para jogar na seleção colombiana. Quando os tribunais tomarem decisões, eu irei respeitar», acrescentou.

Esta resposta gerou de imediato alguma polémica e a jornalista que questionou Carlos Queiroz escreveu no Twitter: «A seleção também é uma instituição, professor Queiroz. Há muitos anos que é uma instituição social neste país. Precisamos de protocolos e de medidas contra a violência de género. Você não vem aqui apenas para escolher desportistas.»

No final da conferência, achando que os microfones estavam desligados, mas sem estarem, o diretor de comunicação da Federação Colombiana, Juan Raúl Mejía, leu a mensagem a Carlos Queiroz, que respondeu: «O que é que eu podia dizer? Não falar.»

«Eu não sou a instituição. Ela tem que falar é com as instituições. Se todos os homens que levassem uns murro das mulheres fossem para a imprensa falar, o mundo estava f...».

O áudio foi divulgado (como pode ouvir abaixo) e a polémica tornou-se ainda maior.

O selecionador deixou depois uma mensagem sobre o assunto nas redes sociais: «Perante qualquer mal-entendido resultante do áudio, parcial e privado, após a conferência de imprensa, reafirmo pública e inequivocamente, como fiz na conferência, a convicção de que qualquer julgamento e condenação mediáticos não substituem a função primordial da justiça.»