O pesadelo do Sporting prosseguiu esta noite no Estádio do Bonfim com o Vitória a apresentar-se como um monstro de sete cabeças diante de um leão encolhido, numa primeira parte de assombro que ofereceu a curta vantagem que os homens de Carvalhal mantiveram até final e que pareceu sempre curta tal a superioridade que a equipa da casa evidenciou. Uma verdadeira «tareia» que terá deixado a equipa de Paulo Bento ainda mais fragilizada.
Depois de dez minutos de aquecimento, o Vitória cresceu a olhos vistos batendo o Sporting em todos os capítulos, com um domínio avassalador apoiado na maior determinação, velocidade e forte pressão que os seus jogadores colocaram em campo. Sem fugir ao habitual 4x3x3, Carlos Carvalhal «escondeu» Filipe entre Cláudio Pitbull e Matheus para desmontar o sistema defensivo da equipa de Paulo Bento. O pesadelo começou a ganhar forma na esquerda, onde Matheus se juntava a Adalto para anular Abel a abrir um corredor por onde os sadinos escoavam facilmente o seu ataque. As oportunidades sucederam-se nesse sector a um ritmo intenso, com Cláudio Pitbill, Filipe e Matheus a visarem a baliza de Stojkovic, regressado à baliza depois de dois meses de banco.
Quando o Sporting ainda procurava uma solução para estancar as fugas no seu lado direito, Cláudio Pitbull, sempre muito activo, surgiu no lado contrário, com espaço e tempo para cruzar para a entrada fulgurante de Filipe que, em antecipação a Polga, desviou de cabeça para o segundo poste. O Sporting tentou reagir, mas raramente fez mais de dois passes consecutivos, sucumbindo facilmente à constante pressão dos homens da casa. Paulo Bento tentou equilibrar a sua equipa, trocando Pereirinha por Romagnoli, mas as oportunidades continuavam a pertencer ao Vitória que nunca tirou o pé do acelerador. Num rápido contra-ataque Matheus assistiu Filipe, mais uma vez liberto de marcação, para um remate que Stojkovic desviou. O apito mais prolongado de Pedro Henriques a assinalar o intervalo terá soado a alívio para os leões que nunca conseguiram pegar no jogo e só fizeram um remate, num livre frouxo marcado por Vukcevic.
Paulo Bento já tinha sido forçado a trocar Purovic pelo jovem Paez, por lesão do montenegrino, e esgotou as substituições ao intervalo com Miguel Veloso a render Izmailov. A entrada do internacional português para a frente dos centrais, permitiu aos laterais fixarem-se junto à linha, oferecendo, finalmente alguma estabilidade ao sector, mas continuava a faltar muito mais para os leões poderem reclamar outro resultado. Quando o Sporting parecia estar a conseguir arrumar a casa, Carvalhal lançou a sua arma já pouco secreta: Edinho. E o pesadelo ganhou novo fôlego, com os jogadores do Vitória a progredirem no terreno em intermináveis combinações, ao som de «olés» das bancadas. Cada vez que subiam no terreno, os leões submetiam-se a nova tortura, e Elias quase ampliou a vantagem num rápido contra-ataque. Os leões ainda tentaram um último forcing nos últimos instantes, mas não conseguiram melhor do que uma «bomba» de Vukcevic.
Depois do empate imposto ao Benfica no último fim-de-semana, o Vitória derrubou agora o Sporting, deixando claro que está de boa saúde e numa posição privilegiada para se qualificar para a final da Taça da Liga.