A presidente da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto (APDA), Martha Gens, congratulou-se com a revogação da lei do cartão do adepto na Assembleia da República, esta quarta-feira.

«Quando a luta é feita de uma forma transparente, sem lóbis, sem patrocínios, sem causas a defender, [então] é uma luta digna, muito justa e só podia ter este resultado», afirmou, citado pela Lusa.

«Isto tem muito de nós. Somos os únicos intervenientes que não obedecem, que são completamente independentes e que têm toda a força para contestar de uma forma muito legítima aquilo que é mais profundo em si, que é a sua própria liberdade», continuou.

Para Martha Gens, a «liberdade» dos adeptos no apoio às suas equipas vale «bem mais do que vários 20 euros», o preço que tinha de ser pago para se ter o referido cartão.

«Acho que esses adeptos estão mais contentes com o fim da lei do que outra coisa, não querem propriamente saber dos 20 euros. O fim desta legislação paga bem mais do que vários 20 euros. A felicidade de não termos de pensar que temos as nossas liberdades completamente restringidas vale muito mais do que 20 euros», atirou.

Por sua vez, a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD) garantiu que vai continuar a desempenhar a sua função de aplicador da lei.

APCVD garante continuar a aplicar a lei

«Recordando estar em causa um Regime Jurídico (e um ato legislativo) da competência da Assembleia da República, a APCVD, enquanto autoridade administrativa, continuará, tal como fez anteriormente e como é sua obrigação, a desempenhar o seu papel de aplicador da lei, respeitando as soberanas deliberações do poder legislativo», lê-se, em comunicado.

A APCVD lembra ainda que «tem por missão garantir o cumprimento do Regime Jurídico da Segurança dos Espetáculos Desportivos, onde consta esta [Cartão do Adepto] e outras medidas, para além de ser designada por lei como a entidade a quem compete emitir o Cartão do Adepto».