Sem rodeios e bom de palavras. Carlos Carvalhal respondeu de forma clara a todas as questões que lhe foram sendo colocadas na conferência de imprensa, onde fez o lançamento da visita à Luz.
No entender do técnico do Marítimo, a derrota do Nacional frente ao Paços de Ferreira na Taça de Portugal não complicou as contas à sua equipa. E explicou: «Não. Temos que contar essencialmente connosco e procurar vencer os jogos. É isso que temos feito. Neste percurso em que cá estou estamos a falar de uma equipa que ainda não perdeu, sendo certo que empatou muitas vezes. Há lado quantitativo e o lado qualitativo da análise dos números. O único empate em que tivemos alguma felicidade em o conseguir foi no Rio Ave. Todos os outros foram resultados altamente penalizadores para a nossa equipa. Com o Braga e Belenenses tivemos seis jogadores na cara do guarda-redes, dois em Braga e quatro aqui nos Barreiros, não conseguindo marcar. Nunca jogamos para o empate, mas há uma manifesta infelicidade na hora da finalização. Esperamos este domingo manter a consistência defensiva e que tenhamos mais eficácia. Quem sabe se não é no domingo que vamos ter um quarto das oportunidades e vamos conseguir concretizar e conseguir um resultado positivo que será sempre pontuar».
Benfica moralizado mas irregular
Sobre o Benfica, Carvalhal tem ideias muito concretas. E não as escondeu.
«Vamos encontrar um adversário moralizado e forte, que é difícil no seu terreno, que tem vindo a subir de produção. Mas vai encontrar um Marítimo com ideias bem definidas e com ambição e vai discutir os três pontos», começou por afirmar. E prosseguiu: «O Benfica tem manifestado alguma irregularidade ao longo do campeonato. Não sou eu que o digo mas sim os números e os próprios responsáveis já o afirmaram. Tem um treinador novo, jogadores novos, métodos a serem assimilados. O treinador tem dito que ainda teve pouco tempo para solidificar ideias e eu diria se ele tem pouco, então eu que já encontrei uma equipa definida, o que direi».
Mas para si, o importante é o Marítimo:«A minha equipa tem uma forma de jogar consolidada mas que tem ainda muito para melhorar e é isso que nós queremos que aconteça no domingo. Melhorar a eficácia e podemos conseguir um bom resultado na Luz».
Não há sentimento de vingança
Na primeira volta nos Barreiros, o Benfica goleou os madeirenses, numa altura que poucos esperavam tal feito. Mas não há o sentimento de vingança no balneário verde-rubro.
«Não ouvi nada sobre esse jogo. Teve a sua história mas durante a semana ninguém falou nessa partida da primeira volta, nem eu próprio», revelou. E concluiu sobre o assunto: «Não conheço a palavra vingança em termos de futebol. O grupo quer é procurar fazer um bom jogo e discutir os três pontos que são muito importantes para o Benfica e para o Marítimo. Motivação inerente a jogar com um grande e um estádio cheio. Espero que seja um bom espectáculo de futebol. Todo o jogador tem motivação para um jogo destes quer em termos individuais, quer ao nível colectivo, pois nós ainda temos objectivos. Não há qualquer tipo de sentimento de vingança. Conseguiremos ganhar se tivermos um grande Marítimo e uma boa eficácia».
Lori Sandri saiu pois a equipa estava longe da Europa. Carvalhal ainda não a aproximou mais. Mas tem contrato para a próxima temporada e não tem receio em relação a este facto.
«Quero sentir a pressão de conseguir e tentar chegar à Europa este ano, como para o ano quero ter ainda mais pressão de o Marítimo andar mais em cima. As coisas são minhas porque eu as assumi, mas serão ainda mais minhas no começo da próxima temporada e eu quero sentir essa pressão. A base de trabalho é muito boa e com pequenos retoques sem grandes alterações é possível fazer uma muito boa equipa para a próxima temporada», finalizou.