O empresário José Veiga, condenado na terça-feira pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, no processo da transferência de João Vieira Pinto para o Sporting, reafirmou, em comunicado, que «não recebeu qualquer quantia» pela contratação do antigo jogador que agora é diretor da Federação Portuguesa de Futebol.

«Fui condenado por fraude fiscal relativamente a rendimentos que não tive, fui condenando por branquear capitais que não recebi», refere o empresário que sustenta que «ficou provado (e está demonstrado no processo) não ter recebido nem um cêntimo pela contratação de João Vieira Pinto pela Sporting, SAD, nem do jogador, nem de qualquer outra entidade».

José Veiga considera que também ficou provado que é «absolutamente alheio» à relação contratual e que «não tinha (...) quaisquer obrigações fiscais derivadas da contratação do João Vieira Pinto pela Sporting, SAD».

O Tribunal Criminal de Lisboa condenou o ex-futebolista João Vieira Pinto, o empresário José Veiga, o administrador da Sporting SAD Luís Duque e o antigo dirigente do clube Rui Meireles pela autoria de um crime de fraude fiscal.

José Veiga foi ainda condenado por um crime de branqueamento de capitais, com os restantes arguidos a serem absolvidos da prática desse crime.

O empresário foi condenado a dois anos e dois meses de prisão pelo crime de fraude fiscal e a uma pena de três anos e nove meses pelo branqueamento de capitais, com o tribunal a declarar pena única suspensa por quatro anos e meio, além de uma multa de 169.629 euros, a liquidar em quatro prestações.

O tribunal considerou provado que os quatro arguidos «desoneraram-se da responsabilidade» de pagamento de impostos no prémio de assinatura pago a João Vieira Pinto, no valor de 4,2 milhões de euros, no âmbito da contratação pelo Sporting, no verão de 2000.

Todos os arguidos já anunciaram que pretendem recorrer da sentença.