Pimenta Machado e Vale e Azevedo, ex-presidentes do V. Guimarães e do Benfica, vão ser julgados em Guimarães no âmbito do processo de transferência de Fernando Meira para a Luz, de acordo com o despacho de pronúncia lido esta segunda-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa.
O juiz Ivo Baptista Rosa considerou existirem indícios suficientes para que Pimenta Machado responda por quatro crimes de peculato e dois de falsificação de documentos. Vale e Azevedo será julgado por dois crimes de falsificação de documentos. O tribunal optou de resto pela não pronúncia da terceira arguida no processo, Rosa Machado, mulher do ex-presidente do V. Guimarães, em conformidade com o pedido do delegado do Ministério Público, João Ramos, aquando do debate instrutório, que decorreu no passado dia 04.
O processo pretende averiguar o destino de parte da quantia paga pelo Benfica aquando da transferência de Meira, em 2000, que não teve como destino final a tesouraria do clube minhoto. A transferência, segundo Pimenta Machado, foi no valor de 936 mil contos, cerca de 4,668 milhões de euros.
José António Barreiros, advogado dos arguidos, anunciou à saída do Tribunal da Boa Hora que iria recorrer do local do julgamento, até por discordar da realização do mesmo em conjunto. O representante de Pimenta Machado e Vale e Azevedo anunciou também, segundo a agência Lusa, recurso em relação às nulidades constantes do processo e igualmente em relação à prescrição de um dos crimes, recurso este que poderá ter efeitos suspensivos.
Na leitura do despacho estiveram dois representantes do V. Guimarães, assistente no processo, que em caso de condenação dos arguidos terá direito a uma indemnização.