AS Roma, Auxerre e o defesa Mèxes protagonizaram o última grande caso de uma transferência internacional que envolveu um jogador que rescindiu sem justa causa.
A estória começou em 2004 e ainda se arrasta pelos tribunais e corredores da FIFA. Mèxes há muito que defende as cores da Roma, mas o custo final do processo ainda está por apurar.
A última decisão da FIFA foi conhecida a 1 de Julho de 2005 e proibiu a Roma de inscrever jogadores pelo período de um ano. Os advogados do clube italiano resolveram recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS).
O caso teve início num contencioso que o clube italiano mantém com o Auxerre há mais de um ano e que surgiu quando Mèxes alegou incumprimento salarial para deixar a equipa francesa, assinando um contrato por quatro temporadas com os transalpinos.
O Auxerre denunciou o caso à FIFA, que em Setembro de 2004 já tinha decidido suspender o jogador das competições internacionais por seis semanas. A decisão não satisfez nenhuma das partes, que apresentaram depois recursos no TAS.
A equipa francesa exigia uma indemnização de 18 milhões de euros, mas a Roma propôs-se pagar apenas 4,5 milhões. A falta de acordo entre os clubes levou o caso à Comissão de resolução de litígios da FIFA, que a 10 de Junho fixou o valor a ser pago pelos italianos, até 10 de Julho, em oito milhões de euros.
Agora, a FIFA decidiu proibir a Roma de recorrer ao mercado de transferências nos próximos 12 meses, período em que a equipa italiana poderá, no entanto, continuar a vender jogadores.
A decisão coloca em perigo as já anunciadas incorporações de reforços para a próxima época, nomeadamente as de Shabani Nonda (ex-Mónaco) e Samuel Osei Kuffour (ex-Bayern Munique), que por virem de clubes estrangeiros, poderiam ficar com os seus certificados internacionais bloqueados na UEFA.
Cada caso é diferente do anterior, mas rescindir sem justa causa é sempre o princípio de uma longa batalha jurídica que hoje em dia não está desprovida de riscos desportivos para quem perde.