Jorge Casquilha, treinador do Moreirense, demorou mais do que o habitual para comparecer na sala de imprensa, após a derrota diante do Paços de Ferreira, alimentando a convicção de que a sua saída do comando técnico esteve em discussão após o jogo. Um cenário que não se confirmou, mas que o próprio técnico acabou por não descartar: «Vamos ver o dia de amanhã. Vamos analisar amanhã o que tem acontecido e vamos decidir o que fazer», afirmou.

«Não vale a pena analisar as coisas de cabeça quente. Vamos refletir e ver o que é melhor para o clube, porque isso é que interessa».

«Hoje não irei dormir. Nunca durmo após perder, mas deito-me de consciência tranquila de que tudo fiz para o clube ganhar. As coisas não estão a acontecer. É a vida de treinador. É nestas alturas que temos de ser fortes e dar a volta ao texto», afirmou.

O treinador explicou que a demora antes da conferência de imprensa se deveu a uma conversa com o plantel. «Estive a falar com os jogadores porque o jogo não foi bom. Era importante unir o grupo porque nada está perdido ainda».

Questionado sobre se, caso deixe o clube, considera justa a saída numa altura em que chegam reforços, Casquilha foi peremptório: «No futebol não há justiça. O futebol é o momento».

Em relação à derrora por 5-0 em casa com o Paços de Ferreira, o treinador considera que «foi uma primeira parte equilibrada até ao primeiro golo».

«O adversário marcou e depois chegou ao 2-0 num ressalto. Depois claro que, uma equipa em último lugar, pressionada, a perder 2-0 ao intervalo, lesiona-se o central... Entramos fortes na segunda parte e tivemos duas ocasiões para marcar e não o fizemos. Eles numa perda de bola marcam o terceiro e é lógico que ficou tudo decidido».

Os adeptos, que até colocaram uma faixa na bancada a dizer: «Acreditem», apuparam a equipa no final do encontro e brindaram o treinador Jorge Casquilha com uma monumental assobiadela quando este deixou o estádio após a conferência de imprensa».