Cauê temeu o pior, quando aos 37 minutos do jogo com o Sporting, o espanhol Jeffrén teve uma entrada muito dura à perna direita do trinco do Olhanense. «Vi o lance na televisão e só agradeço a Deus por ele não me ter acertado em cheio, porque se não partia-me a perna. Aconteceu, não o conheço, nem sei a índole dele. Eu também fiz faltas mas nada para «quebrar» alguém, ou partir pernas. Mas não tenho que falar mais nada a respeito, foi uma entrada feia que já passou e eu estou bem, agora é bola para a frente...», relembra o brasileiro do Olhanense.

No final do jogo, os responsáveis leoninos ainda acusaram Cauê de ter sido muito duro, com o brasileiro e estar sentido com Jeffrén, que não lhe pediu desculpa pela entrada. «Não me disse nada e ainda falaram que eu tinha batido muito, que tinha distribuído muita fruta. Fiz faltas durante o jogo e o árbitro é que interpreta os lances. Mas que a entrada dele (Jeffrén) foi desleal, lá isso foi. A minha, concordo que seja passível de cartão amarelo, mas há muitas faltas que um árbitro não marca para poder segurar o jogo. Se ele o expulsasse iríamos ficar muito tempo em vantagem no marcador e com um jogador a mais, o que poderia ter marcado a história do jogo de outra maneira», acusa.

«Sou um jogador duro, mas na minha posição tem que ser assim. Vejam o Fernando, do FC Porto, que também joga assim, porque na nossa posição temos que ser os ladrões da bola. E temos que saber gerir isso, como cirurgiões», acrescentou Cauê.

Neste início de temporada, Cauê tem-se assumido como um dos imprescindíveis do treinador Daúto Faquirá. «Queremos sempre jogar. Dizem que ainda sou um miúdo mas não me considero assim, apesar da idade. Cada um tem que procurar o seu espaço e eu sou mais um que tem que trabalhar sempre firme e com disposição e entrega», promete.

Na próxima segunda-feira, o Olhanense recebe o Vitória de Setúbal. Por jogar em casa, Cauê só pensa num resultado: «O Setúbal disputa o mesmo campeonato que o nosso, o da manutenção. Queremos obter esse objectivo o quanto antes e em casa temos que conquistar os três pontos frente a qualquer equipa, e principalmente nestes confrontos directos. Eles ganharam o primeiro jogo, estão também com moral, mas aqui temos que ser nós a mandar», avisa.

«Estamos sempre moralizados porque trabalhamos para isso e conhecemos as nossas capacidades e o que podemos fazer. Mas, claro que ajuda para moralizar, o resultado que obtivemos diante do Sporting», rematou sobre o estado de espírito da equipa algarvia.