Cristian Ceballos, do Tottenham para o Arouca. A transferência-sensação do último dia, últimos minutos até, do mercado português. O menino-prodígio da «cantera» do Barcelona que emigrou recentemente para Londres e, sem espaço no clube de Villas Boas, decidiu apostar, justamente, no país do técnico para relançar a carreira.

Por estes dias, Ceballos é bem diferente daquele menino de 12 anos que foi selecionado para treinar com o ídolo, Ronaldinho, e ainda hoje pode ser visto em vários vídeos pelo Youtube. «Isso foi há muito tempo», reconhece. Cresceu, amadureceu, e, sem ligar mais a promessas, procura afirmar-se definitivamente num mundo nem sempre paciente com os jovens talentos.

«Estou aqui há dois dias e tudo corre bem. Estou entre boas pessoas e fui muito bem acolhido. É um clube diferente dos que estou habituado, mas que quer crescer e tornar-se importante. É da I Liga e é isso que me interessa», resume ao Maisfutebol o segundo espanhol do plantel arouquense.

«Barcelona é uma grande cidade e Londres é ainda maior, mas Arouca está bem para mim. É uma vila muito bonita, tranquila, com todas as condições para se fazer um bom trabalho. O Porto está a apenas 40 minutos», resume, sem peneiras.

«Não é por vir de um clube grande que tenho de jogar. Quero aproveitar esta oportunidade ao máximo e não esconde que quero jogar o mais possível, mas o treinador é que decide. Só quero fazer o que mais gosto, jogar e ser feliz.»

André Villas Boas recomendou Pedro Emanuel

Adjunto de André Villas Boas no F.C. Porto de 2010/11, Pedro Emanuel foi, também, um argumento forte para o treinador do Tottenham recomendar uma boa dose de Arouca ao jovem esquerdino.

«Disse-me que ia ser bom para mim, porque com as minhas caraterísticas poderia dar-me bem no futebol português, além de o Arouca ser um clube que quer crescer e impor-se. Falou também muito bem do treinador, até porque estiveram juntos no Porto. Felicitou-me pela escolha e prometeu que irá continuar a acompanhar-me», desvendou

«O André é um grande técnico e muito boa pessoa. É muito sério, rigoroso e trabalhador, mas muito acessível. Podemos falar com ele sobre qualquer coisa, as portas do seu gabinete estão sempre abertas, e não faz qualquer distinção entre jogadores», acrescentou, não esquecendo ainda Iván Balliu, que reencontrou em Arouca e a quem pediu conselhos.

«Além disso, a Liga portuguesa é bastante competitiva, tem equipas fortes, como o F.C. Porto, Benfica, Sporting ou Sp. Braga. Está entre as sete melhores do mundo para mim. Vim para cá para mostrar o meu valor e evoluir», perspetivou, pronto para mostrar serviço.

«A posição que mais gosto é a de mediapunta [médio-ofensivo], mas posso jogar em qualquer lugar no ataque, à direita ou esquerda, tanto me faz», conclui, mostrando pouca preocupação pelo futuro.

«Voltar ao Tottenham? Veremos. Terei mais um ano de contrato com eles, mas não sei o que irá acontecer até lá. A minha prioridade é jogar, ajudar a equipa a ficar na Liga, e o resto veremos a seu tempo», sentenciou.

A primeira oportunidade para se mostrar poderá acontecer já esta quinta-feira, num amigável frente ao Tondela, uma vez que ainda não teve oportunidade de se treinar com os novos companheiros devido a uma virose.