O presidente da Liga, Pedro Proença, revelou no final da oitava Cimeira de Presidentes da I e II Liga que os clubes acordaram operacionalizar a negociação centralizada dos direitos televisivos das competições «no mais curto espaço de tempo possível» e apontou à temporada 2023/24.

Escreve a Lusa que, numa declaração aos jornalistas sem direito a perguntas de fora do âmbito da reunião, o dirigente esclareceu que houve uma discussão «muitíssimo positiva» que se debruçou sobre os direitos televisivos, mas também uma «linha de crédito que pode ir até 100 milhões de euros» disponibilizada aos clubes já a partir de junho.

Esse «modelo de financiamento centralizado» assenta num «modelo idêntico» ao da Liga espanhola e tem por base «receitas potenciais e futuras que a Liga possa, por sua via, centralizar e disponibilizar aos clubes em três programas».

«De um lado, receitas de participação em competições internacionais, e uma grande fatia que advém das apostas desportivas, de que a Liga é recetora. Estando a Liga em condições de garantir a operação junto das entidades financeiras, o modelo torna-se muito mais fácil, disponibilizando aos clubes o modelo centralizado de financiamento», declarou.

A centralização dos direitos televisivos, por seu lado, foi alvo de um «ponto de situação», pelo diretor-executivo do Benfica, Domingos Soares de Oliveira, que é membro da Liga Centralização, gerando uma discussão que criou a «data aspiracional» de início de funcionamento em 2023/24, com vários modelos a serem alvo de estudo desde a última Cimeira, em setembro de 2021.

«Foi comunicado formalmente aos clubes a criação das quatro empresas do ecossistema empresarial da Liga, e será na Liga Centralização que serão discutidos os novos modelos de centralização dos direitos audiovisuais», acrescentou Proença.

Ainda segundo o presidente da Liga, este desígnio enfrenta «várias dificuldades» para ser concretizado mais cedo, com a lei a apontar para 2028 como prazo máximo de finalização do processo.

As reuniões com as operadoras e outros ‘stakeholders’ do meio audiovisual, explicou, têm rendido «grande disponibilidade para todos se sentarem à mesa», mas «ninguém quer sair a perder». Proença deixou ainda críticas à falta de apoios direcionados ao futebol no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A Liga Centralização, criada em 02 de setembro, existe em paralelo com uma outra dedicada à gestão comercial e outra às infraestruturas, tendo reunido pela primeira vez em 07 de dezembro.

As declarações de Proença: