Abdul Beshir é o suspeito do atentado ocorrido esta terça-feira no Centro Ismaili, em Lisboa. O refugiado afegão, de acordo com a CNN Portugal, terá 28 anos, é viúvo, com três filhos menores.

Terá perdido a mulher, num campo de refugiados na Grécia, onde esteve antes de se estabelecer em Portugal há pouco mais de um ano, sendo que o pedido de asilo data de dezembro de 2021.

Omed Taeri, da Associação da Comunidade Afegã em Portugal, revelou que o suspeito contactou a associação por estar preocupado por não ter onde deixar os filhos de 9, 7 e 4 anos, no caso de arranjar trabalho. 

O homem estava a viver na zona de Odivelas e deslocava-se com frequência ao Centro Ismaili onde recebia apoio.

São para já desconhecidos os motivos que levaram a este ataque. "«Tudo leva a crer tratar-se de um ato isolado», disse o Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que adiantou que o suspeito «não tinha qualquer sinalização que justificasse cuidados de segurança».

De acordo com testemunhas no local, Abdul Beshir estava numa aula de Português quando recebeu um telefonema que o deixou alterado. Foi aí que se iniciaram as agressões.

O homem acabou por ser atingido a tiro numa perna por um agente das autoridades e levado depois para o Hospital de São José, em Lisboa.

O Centro Ismaili anunciou, entretanto, que vai acolher os filhos do suspeito.

Quem são as vítimas?

Segundo a CNN Portugal, as duas vítimas mortais, Mariana Jadaugy, 24 anos, e Farana Sadrudin, de 49, ambas portuguesas, estavam no centro ismaelita quando o homem de nacionalidade afegã entrou armado com uma faca de grandes dimensões e entrou na sala onde decorria a aula de inglês.

Mariana era licenciada em Ciências Políticas e Relações Internacionais pela Universidade Nova de Lisboa e com mestrado na mesma área. Atualmente, era gestora nacional da Fundação FOCUS - Assistência Humanitária.

Já Farana era formada em Engenharia pela Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, era sobrinha do representante diplomático do Imamat Ismaili em Portugal, Nazim Ahmad, e foi também representante da comunidade ismaelita em Madrid.

Trabalhava desde dezembro de 2021 na Fundação FOCUS - Assistência Humanitária, onde desempenhava funções de gestora de processo de integração orgânica dos refugiados.

As duas mulheres e um outro professor do centro ismaelita acabariam por ser os alvos do suspeito que seria neutralizado pelos agentes da PSP que pouco demoraram a chegar ao local.