Foi a 11 de Maio de 1998, mas Chainho lembra-se como se fosse hoje. Jorge Andrade marca de canto, ele da entrada da área, um 2-0 que deu ao Estrela de Fernando Santos a primeira vitória sobre o Benfica na Reboleira, uma em duas, apenas.
«Lembro-me bem. Foi a partir desse jogo que o Jorge Andrade começou a dar mais nas vistas. Depois de marcar, formámos uma fila indiana e fingimos que estavamos a fazer ski», recorda o médio, agora no Nacional, ainda com parte do coração no Estrela e no amigo Fernando Santos, que o levou, depois, para o F.C. Porto.
Amanhã, Estrela e Benfica voltam a reencontrar-se no Estádio José Gomes, e Chainho, depois de considerável ponderação, admite torcer (um bocadinho mais) pela equipa da casa. «Espero que ganhe o melhor. Gostaria que fosse o Benfica pelo Fernando Santos, mas também gostaria que fosse o Estrela pelos amigos e por tudo o que ali passei. Sou capaz de estar mais para o lado do Estrela.»
Nove épocas passaram, entretanto, e muito mudou, menos, alerta Chainho, as dificuldades de vencer na Reboleira. «É muito difícil vencer ali. Se o Benfica não tiver cuidado vai passar um mau bocado. E às vezes [estar moralizado] pode ser pior, mas acredito que os jogadores encarnados vão dar tudo para vencer.»
Além de Chainho, a equipa vitoriosa de 1997/98 alinhou de início com Ivkovic, Rebelo, José Carlos, Raul Oliveira, Jorge Andrade, Fonseca, Rodolfo, Velic, Renato e Paulo Ferreira. Fernando Santos, então o treinador, guiou o Estrela até ao sétimo lugar, com 50 pontos. O Benfica foi segundo, com 68 pontos, e o F.C. Porto campeão, com 77.
Na época seguinte, Fernando Santos muda-se para o Porto e leva Chainho. Jorge Andrade chega dois anos depois.
A segunda e última vitória do Estrela sobre o Benfica na Reboleira aconteceu a 27 de Fevereiro de 2000 e desta feita por 3-0. Jorge Jesus era o treinador e os golos foram de Gaúcho (17 e 74) e Kenedy (84).