Nem entradas maldosas, nem palavrões, nem uma ponta de desrespeito. Hugo Marques, árbitro de futsal da Associação de Futebol de Braga, estava maravilhado com a «experiência única» de ajuizar as partidas do Champions Clerum. Os padres são, de facto, «jogadores especiais».
«Ao longo do torneio arbitrei muitos jogos e só tive de advertir verbalmente um atleta por pontapear a bola para longe, já depois do encontro estar parado», recordou ao Maisfutebol Hugo Marques, surpreendido por ter apanhado «jogos tão fáceis de dirigir».
«Às vezes é incrível o comportamento deles em campo. Sofrem uma falta e em vez de uma reacção negativa surge um sorriso e um abraço ao infractor», acrescentou o árbitro, incrédulo com alguns dos episódios vivenciados no torneio.
«Fui benzido várias vezes, por vários padres, no final de vários jogos. Não estou acostumado a ser tão bem tratado», atirou-nos com uma gargalhada, também ela repleta de fair-play.
«Na verdade falta muita educação no desporto de competição. Era fantástico poder alastrar este espírito de correcção a todas as outras provas», vincou Hugo Marques, com poucas saudades dos ambientes infernais que encontra habitualmente nos pavilhões.