No Santiago Bernabéu, em Madrid, gritou-se acima de tudo golo em francês esta quarta-feira. Traduzindo à letra, houve muito but esta noite.

Na segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, o Real Madrid deu a volta ao texto negativo da primeira mão, que tinha trazido de Paris, e apurou-se para os «quartos», com uma vitória um tanto épica sobre o PSG, por 3-1.

Mas durante grande parte do jogo, diga-se, não foi esse o cenário em cima da mesa.

Tudo porque os parisienses apresentaram-se com uma estratégia bastante competente na capital espanhola: Pochettino juntou Messi, Neymar e Mbappé na frente, mas baixou uns metros o argentino e o brasileiro. Com isso, ganhou espaço nas costas para o ataque à profundidade do prodígio francês.

E foi assim que surgiu o primeiro golo da equipa de Paris, que contou com Danilo e Nuno Mendes no onze inicial. Numa recuperação rápida de bola, Neymar lançou Mbappé e o jovem de 23 anos, depois de galgar vários metros, fez o 1-0, isto cinco minutos depois de o mesmo Mbappé ter tido um golo anulado.

A segunda parte começou com a mesma narrativa. De tal forma, que Mbappé voltou a marcar, com uma finta de corpo genial sobre Courtois. O lance foi, no entanto, novamente anulado.

E pouco depois o Real Madrid reentrou no jogo e na eliminatória. Ou melhor, Donarumma convidou os merengues a reentrarem em cena.

Aos 61 minutos, e quando o PSG tinha o jogo controlado, o guarda-redes italiano facilitou, perdeu a bola em zona proibida e Benzema aproveitou para restabelecer a igualdade.

O Bernabéu empolgou-se, os comandados de Ancelotti também e, a partir daí, aconteceu o que tantas vezes acontece: Real Madrid na Champions.

Aos 76 minutos, Modric foi o arquiteto a dois tempos do golo que deixou a eliminatória empatada: o médio croata assistiu primeiro Vinícius Jr. e, já depois de algumas carambolas, pôs subtilmente Benzema na cara de Donarumma. O francês, com a ajuda de um desvio, fez o 2-1.

Se o Real crescia, o PSG mostrava-se desorientado e impotente. De tal forma, que consentiu o terceiro e fatal golo segundos depois do 2-1. A bola foi ao centro, os parisienses perderam-na e, depois de um corte incompleto de Marquinho, adivinhou, sim: Benzema não perdoou e fez o 3-1.

Um Paris Saint-Germain recheado de estrelas, com Messi, Neymar e Mbappé à cabeça, não foi suficiente para quebrar a história ligação do Real Madrid com a prova milionária. O maior campeão da Champions, já com 13 no seu palmarés, segue para os quartos de final, em mais uma noite histórica.

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