Se este era o primeiro teste da temporada do Benfica, está superado com distinção.

Esta noite, no regresso dos adeptos ao Estádio da Luz, os encarnados repetiram o triunfo de há uma semana frente ao Spartak de Moscovo, igualmente por 2-0, e carimbaram o apuramento para o play-off de acesso à Liga dos Campeões.

Mas se, repetimos, este era o primeiro teste da época do Benfica, foi um teste bem acessível. Sem qualquer desprimor pela equipa de Jorge Jesus, o Spartak, de Rui Vitória, foi uma presa demasiado fácil para uma águia que, pelo menos para já, parece pronta para outros voos este ano.

Jesus mudou uma peça do xadrez, o resultado foi o mesmo

Jesus repetiu o xadrez utilizado em Moscovo, mas com uma alteração: o lesionado Seferovic deu lugar a Gonçalo Ramos. O resultado, diga-se, foi praticamente o mesmo.

Um domínio quase absoluto do Benfica, embora não com tanta qualidade em relação à que se viu em solo russo, a contrastar com uma surpreendente apatia e inoperância de um Spartak que precisava de marcar três golos para continuar a lutar pelos milhões da Prova Milionária.

Daí dizermos que este foi um teste bastante modesto para esta nova águia de Jorge Jesus. O jogo benfiquista não esteve tão assertivo quanto na primeira mão, com algumas falhas de definição aqui e ali, mas ainda assim foi o quanto bastou para os onze jogadores encarnados estarem praticamente de 'cadeirinha' durante os 90 minutos.

Vlachodimos, com exceção de duas defesas simples, não foi incomodado. Do outro lado, Maksimenko também não foi obrigado a grandes trabalhos forçados, mas não deixa de ser verdade que o Benfica andou a rondar a baliza adversária durante 70 por cento do tempo. Para maior eficácia, faltou, lá está, um maior acerto na definição, principalmente no último passe.

João Mário e Yaremchuk confirmaram uma mera formalidade

Ainda assim, os pupilos da Luz foram pacientes e recompensados de forma merecida, precisamente num lance em que demonstraram muita calma. Uma longa troca de bola resultou numa brecha na defensiva moscovita, Rafa – quase sempre ele –, combinou com Diogo Gonçalves, não conseguiu o golo, mas estava João Mário na sobra para a recarga e para o primeiro golo de águia ao peito.

Estavam decorridos 58 minutos aquando do golo do Benfica, que só confirmou o que todos estavam a ver desde o primeiro minuto: o apuramento para o play-off era uma mera formalidade.

Nos descontos, um autogolo de Gigot, após remate do estreante Yaremchuk, fechou o resultado final num lance com muita sorte à mistura. Foi a cereja no topo do bolo na noite em que a Luz voltou a ter público nas bancadas.

O Benfica afasta os fantasmas do ano passado, quando caiu precisamente nesta terceira pré-eliminatória frente ao PAOK de Abel, e fica a um passo dos milhões de Champions: o PSV Eindhoven é o último obstáculo para lá chegar.