«La 14.ª

Esta é a história de um cliente habitual a levantar a taça. De uma equipa que foi de reviravolta em reviravolta para conquistar mais uma Liga dos Campeões, a 14.ª da sua história – um novo recorde – e a quinta nas últimas nove edições.

Eliminatória a eliminatória, com toque épico em cada uma, o Real Madrid, que na caminhada de 2021/22 chegou a ser derrotado em pleno Santiago Bernabéu na fase de grupos pelo Sheriff Tiraspol, ergue novamente o maior troféu de clubes.

Carlo Ancelotti, condutor da tão esperada 10.ª em 2014, guiou o Real Madrid para, 41 depois da derrota para o Liverpool em Paris, dar novo título europeu aos espanhóis.

Não resistiu o PSG, não resistiu o Chelsea, não resistiu o Manchester City. E, por fim, o Liverpool de Jurgen Klopp, que não conseguiu vingar a derrota de 2018 em Kiev, onde o Real conquistara a sua 13.ª.

O herói do resultado foi Vinícius Júnior. Mas, talvez, o grande herói e destaque no Stade de France foi mesmo Thibaut Courtois. O belga fez uma dezena de intervenções decisivas. Parou Mohamed Salah, Sadio Mané e companhia. Manteve a baliza a zeros e se, ao contrário dos oitavos, dos quartos e das meias, não foi preciso o filme de reviravolta, a verdade é que o Real Madrid voltou a provar que quantidade não é sinónimo de êxito: marcou no último remate à baliza. E chegou.

Do atraso ao golo anulado, passando pelo festival Courtois

Depois do atraso de 36 minutos no início do jogo, motivado por problemas de segurança no exterior do estádio, apito inicial e uma entrada muito melhor do Liverpool, superior na primeira hora. Só foi mesmo travado pela grande exibição de Courtois na baliza, que começou num desvio de Salah na área (16m), seguido de um remate de Sadio Mané defendido para o poste (21m) até nova investida de Salah (36m).

Em cima do intervalo, o Real Madrid, equilibrado mas pouco ofensivo até então, perante um Liverpool competente, organizado e mais ofensivo, marcou por Karim Benzema, mas o golo foi anulado. O toque final antes do francês marcar foi dado por Fabinho, mas a equipa de arbitragem considerou fora-de-jogo, não tendo sido deliberado o toque do brasileiro.

O Liverpool tinha feito o suficiente para marcar, mas houve o fator Courtois.

Vinícius a espelhar o Real do costume

A segunda parte e o minuto 59 trouxeram o momento decisivo do encontro quanto ao resultado, numa rápida saída do Real Madrid, com Casemiro a soltar para Fede Valverde, que aproveitou o espaço, na direita, para encontrar Vinícius Jr nas costas de Alexander-Arnold ao segundo poste. Festa Real em Paris, 1-0 no marcador.

A resposta do Liverpool – e de Jurgen Klopp – foi dada imediatamente com um remate de Salah e com a entrada de Diogo Jota para o lugar de Luis Díaz, mas até final (quase) só deu Courtois.

O belga foi o principal responsável por manter o 1-0, evitando o golo a Salah (69m) ao esticar-se junto ao poste, um desvio traiçoeiro de Diogo Jota (80m) e muito mais. Foi intransponível. O Liverpool tentou, Klopp arriscou, mas nada mudou.

Do outro lado, o Real Madrid, bem a defender e pragmático e oportuno a sair, podia ter selado por Ceballos na compensação, mas foi preciso sofrer e confirmar o título nas mãos de Courtois nos segundos finais.

De Benzema a Modric. De Kroos a Casemiro. De Valverde a Alaba.

E até nos esquecemos que, no banco há, por exemplo, Eden Hazard ou Gareth Bale numa equipa de galácticos, que parecia longe de ser o grande favorito à conquista. Mas a camisola tem história.

Esta é, mais uma vez, a Real Champions de Madrid.

(IMAGENS ELEVEN)