Pela primeira vez na duas história europeias, o Benfica, última equipa da Liga dos Campeões a marca um golo nesta edição da prova, não foi feliz em Leverkusen. E, na conclusão da segunda jornada da Champions, o balanço global das equipas portuguesas resume-se a uma vitória, dois empates e três derrotas – e apenas com o FC Porto em lugar de apuramento. Há tempo para dar a volta, mas os indicadores são preocupantes: além do Benfica, os russos do CSKA e os búlgaros do Ludogorets são as únicas equipas em prova que ainda não pontuaram.

Resultados, estatísticas e classificações da Liga dos Campeões

Da derrota encarnada na Alemanha fala-se noutro local desta edição, mas torna-se evidente que os próximos jogos com o Mónaco são determinantes para o futuro europeu da equipa de Jorge Jesus. E o sucedido em São Petersburgo, no arranque desta quarta-feira, não foi propriamente animador para os encarnados: o nulo no primeiro frente a frente entre técnicos portugueses a comandarem equipas estrangeiras na Champions mantém o Mónaco numa posição privilegiada, em contraste com a irregularidade de que a equipa de Leonardo Jardim dá mostras na frente doméstica. 



A história desta ronda, contada por um prisma português, não se resume aos destinos de Benfica, FC Porto e Sporting, porém. Ainda nesta quarta-feira, o Basileia, treinado por Paulo Sousa, conseguiu um dos resultados mais relevantes neste início de Champions. A vitória sobre o Liverpool (1-0) confirma duas coisas: uma, que a equipa de Brendan Rodgers está muito longe da consistência que, na época passada, lhe permitiu discutir a Premier League até ao último dia. Outra, é de que este Basileia tem vocação para bater o pé aos ingleses: nos últimos três anos já o tinha feito com o Manchester United (3-3 e 2-1) e com o Chelsea de Mourinho (1-0 e 2-1). O saldo, de quatro vitórias e um empate nos últimos cinco jogos, impressiona, e reforça a curiosidade para o jogo da segunda volta, em Anfield, a fechar a fase de grupos.



No mesmo grupo, com polémica de arbitragem à mistura, o Real Madrid foi à Bulgária somar a segunda vitória consecutiva. Ainda não foi desta que Cristiano Ronaldo superou o registo de Raúl, máximo goleador da Liga dos Campeões, com 71 golos. Mas ficou mais perto: mesmo falhando o 11º penálti na sua carreira (ainda assim tem uma invejável taxa de eficácia de 85%), o avançado português retificou a pontaria pouco depois, também da marca dos 11 metros, e somou o sétimo jogo consecutivo a marcar – aproximando-se da sequência de dez, conseguida em março deste ano.

Além de Real Madrid e Bayern Munique, só mais uma equipa tem registo perfeito ao fim de duas jornadas: é o Borussia Dortmund, que foi a Bruxelas espantar os males da Bundesliga, com uma vitória clara (3-0) sobre o Anderlecht, marcada pelo regresso do japonês Kagawa às grandes noites, e pela confirmação do colombiano Adrián Ramos como um dos avançados em que vale a pena apostar nesta edição da prova. Curiosidade: onde é que a Colômbia tira o molde a estes moços? 

 

Ainda assim, o título de avançado mais influente da ronda vai, claramente, para Danny Welbeck, cujo percurso, de rejeitado em Old Trafford a estrela no Emirates, merece tratamento à parte nesta edição. Para já, referência apenas para o facto de o seu hat-trick ter saudado da melhor forma o 18º aniversário da estreia de Arsène Wenger como treinador do Arsenal. Mesmo com a expulsão de Szceszny a atrapalhar, a goleada sobre o Galatasaray (4-1), de Bruma, permite aos «gunners» regressarem aos lugares de apuramento, após o tropeção em Dortmund, na primeira jornada – e antes do dérbi com o Chelsea, no fim de semana.



Por fim, referência para o grupo onde todos se equivalem: a vitória do At. Madrid sobre a Juventus permitiu ao campeão de Espanha, e vicecampeão europeu, emendar o passo em falso dado na Grécia. Curiosidade: o golo de Arda Turan – outro turco a brilhar nos palcos europeus, além de Çalhanoglu, no Leverkusen – foi o primeiro sofrido por Buffon e pela Juventus nesta temporada, imitando o que tinha acontecido ao Barcelona em Paris, 24 horas antes. Da Suécia, finalmente, veio uma das maiores surpresas da noite, com o bis de Rosenberg a manter o Malmö na corrida – e a esvaziar o otimismo que o Olympiakos tinha trazido do primeiro dia.