Declarações de Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, na sala de imprensa após a vitória sobre o Bayer Leverkusen, por 2-0, em jogo da 3.ª jornada da Liga dos Campeões:

«Isto é um jogo de Liga dos Campeões. Queremos que o jogo todo seja como a segunda parte, mas nem sempre é possível. O adversário é muito competitivo, tem testes semanais numa liga que é uma das três melhores do mundo senão a melhor e com individualidades acima da média. Mas também é verdade que estávamos algo precipitados com e sem bola. Definimos mal a nossa zona de pressão. Tem de ser uma ação coletiva e não dois, três a pensar numa coisa e o resto não dar continuidade a isso. Porque depois o adversário sai com alguma facilidade, corremos mais, chega com mais facilidade aos corredores laterais, onde eles tinham jogadores que desequilibram. Era preciso corrigir algumas coisas ao intervalo. Entrámos de forma diferente na segunda parte. Não tem que ver com a substituição do Bruno Costa [por Otávio]. O Bruno Costa fez um bom jogo contra o Sp. Braga. Hoje estava a cumprir as tarefas que lhe foram definidas, mas foi uma questão estratégica. Mudámos para melhor. Conseguimos criar dificuldades e expor algumas das fragilidades do nosso adversário.»

[Sobre assobios a alguns atrasos de David Carmo] «Mais de 40 mil pessoas no estádio, cada um é treinador à sua maneira e tem as suas ideias. Perante uma equipa pressionante, ligar o jogo e perder bola põe a equipa em mais dificuldade do que o David Carmo fez, e bem, ao atrasar para o Diogo Costa. Estamos num contexto competitivo de alto nível. Alguns jogadores são jovens, precisam desse apoio e têm de perceber que a este nível e esse tal assobio aqui ou acolá não o pode impedir de o fazer o que é pedido. Fui eu que o pedi isso. Portanto, assobiem o treinador.

Hoje fiz duas ou três substituições fantásticas, mas sou o mesmo que perdeu 4-0 com o Brugge. Os jogadores estão ali para interpretar o que pedimos em termos estratégicos. Em termos emocionais é preciso esse apoio do público e muitas vezes o público não tem paciência. Eu se estivesse na bancada e não fosse treinador se calhar também me chateava porque é um jogo que temos de ganhar e estávamos a jogar para trás. Mas o futebol não é visto e não é trabalhado dessa forma. Não foi nessa ação que o David Carmo esteve mal. Foi noutra, que ele sabe o que fez, e que não é pedida e não é trabalhada. Mas, se calhar, essa não é visível para as pessoas. O assobio já é mais percetível.»