O Bayern Munique foi a Paris garantir uma vantagem importante (0-1) nos oitavos de final da Liga dos Campeões. Kingsley Coman voltou a marcar à antiga equipa e garantiu o triunfo bávaro na capital francesa, ao minuto 53.

Tinha de ser ele. O homem que decidiu a final de 2020 em Lisboa, no Estádio da Luz, fez valer a lei do «ex» e foi rei no Parque dos Príncipes, nove anos depois de ter deixado o PSG, quando terminou a adolescência, para rumar à Juventus.

O golo do Bayern Munique surgiu após uma primeira parte de domínio intenso da equipa de Julian Nagelsmann, perante um Paris Saint-Germain que continua a apresentar um argumento pouco consistente para lutar com os melhores da Europa.

Leo Messi e Marco Verratti regressaram ao onze após lesões, Mbappé iniciou o encontro no banco de suplentes e Warren Zaïre-Emery, aos 16 anos e 343 dias, tornou-se o mais jovem titular num jogo a eliminar da Liga dos Campeões.

A atravessar uma fase delicada, após duas derrotas consecutivas, a formação orientada por Christophe Galtier foi uma sombra de si mesma ao longo da etapa inicial. Melhorou na segunda parte, sobretudo no derradeiro quarto de hora, demasiado tarde para quem sonha conquistar a Europa.

Nuno Mendes, com várias incursões ofensivas pelo flanco esquerdo, acabou por ser a melhor unidade do PSG ao longo do encontro.

Depois de uma primeira parte para esquecer, encolhido no seu meio-campo e a torcer por um momento de inspiração de Messi ou Neymar, a equipa da casa até esboçou uma melhoria após o reatamento, mas o desequilíbrio provocado pela troca de Hakimi por Kimpembe revelou-se fatal.

Kimpembe colocou-se a par de Sergio Ramos e os parisienses chegaram a desenhar uma defesa a três, com Zaïre-Emery a fechar à direita, mas o jovem derivou rapidamente para o centro e teve de ser Marquinhos a tentar tapar o flanco. Com naturais dificuldades.

Foi precisamente por ali, aliás, que Alphonso Davies – substituiu João Cancelo ao intervalo – encontrou espaço para tirar um cruzamento para o segundo poste. Com Marquinhos na direita, Nuno Mendes estava a marcar ao centro e nas suas costas surgiu Kingsley Coman (Carlos Soler ficou a dormir) para um remate de primeira, agradecendo a colaboração de Donnarumma, que ficou mal na fotografia.

O Bayern, mais equipa, com processos bem definidos e pouco dependente de individualidades, fez o suficiente para justificar a vantagem. Esteve até perto de chegar ao 2-0 em dois momentos (63m e 65m), mas Donnarumma emendou a mão e agigantou-se para segurar a diferença mínima no marcador.

Mbappé entrara pouco antes (53m) e viria a ter um papel importante no período de maior fulgor do PSG. À entrada para o último quarto de hora, o internacional francês surgiu em velocidade pela esquerda e rematou para defesa de Sommer com a cara.

Ao minuto 83, Mbappé chegou a balançar as redes contrárias, a passe de Nuno Mendes, mas o lance foi anulado por um fora de jogo milimétrico do lateral. Logo depois, Nuno Mendes inventou de novo um lance pelo seu flanco, passando por dois adversários para servir Messi, que rematou com selo de golo para um desvio providencial de Pavard.

Danilo Pereira jogou de início no setor intermediário dos gauleses e saiu para a entrada de Vitinha, que viria a finalizar mais um lance de ataque dos locais (86m), para nova defesa de Sommer. Em cima do minuto 90, Pavard viu o segundo cartão amarelo após entrada dura sobre Messi. Porém, o Bayern logrou manter a vantagem até final.