Oficialmente chama-se Liga dos Campeões da UEFA, mas cedo passou a ser apelidada de liga dos milhões. Este ano transformou-se na liga dos ricos, cumprindo o desígnio da UEFA em juntar numa só prova as equipas dos principais campeonatos do continente. Pela primeira vez desde que existe este figurino de fase de grupos (1992/93) os quartos-de-final só têm equipas dos cinco principais campeonatos: Inglaterra, Espanha, França e Alemanha (só a Itália não conseguiu marcar presença).

No sorteio da próxima sexta-feira estarão presentes os vencedores dos oito grupos, representando o máximo poderio do futebol europeu: Bayern Munique, Real Madrid, Chelsea, Barcelona, Atlético Madrid, Paris Saint-Germain, Borussia Dormund e Manchester United. As duas últimas apuraram-se esta quarta-feira, os alemães com uma derrota caseira ante o Zenit (1-2) e os ingleses com um triunfo histórico sobre o Olympiakos (3-0).

Os oito magnifícos figuram, igualmente, na lista dos clubes de futebol mais ricos do mundo, segundo a lista elaborada este ano pela consultora Deloitte. Nos cinco primeiros lugares estão Real Madrid, Barcelona, Bayern Munique, Manchester United e Paris Saint-Germain, seguidos do Chelsea (7), Borussia Dortmund (11) e Atlético Madrid (20).



Mas isto só foi possível porque o Machester United operou uma reviravolta histórica sobre o Olympiakos, vencendo por 3-0 depois de sair derrotado por 2-0 de Atenas. Foi só a segunda vez que os
red devils conseguiram virar um resultado adverso na primeira mão fora de casa na Liga dos Campeões (a outra vez foi em 2006/07 com a Roma).

Com Giggs a titular aos 40 anos, David Moyes não abdicava das suas escolhas e acreditava na redenção, que acabaria por chegar por mérito do hat-trick de Robin Van Persie, o primeiro do holandês na Liga dos Campeões, que é apenas o quinto jogador do Manchester United a conseguir esse feito - juntando-se a Van Nistelrooy, Rooney, Andy Cole a Michael Owen.

Para o Olympiakos confirmou-se o pesadelo de jogar em Inglaterra. Os gregos perderam sempre (foi a 12ª derrota no país) e ao longo da história marcaram apenas três golos e sofreram 37, sendo sempre eliminados. O United parecia ter uma missão impossível, mas como diz Usain Bolt «parece sempre impossível até que acontece». 



David Moyes parece ter ganho nova vida. Festejou, correu para o balneário determinado, fez boas escolhas e viu os resultados finalmente a aparecerem numa época para esquecer na Premier League. Justifica-se que vire as atenções para a Liga dos Campeões e nem tudo pode ser mau. Por momentos transformou-se num treinador genial (pronto, é um pouco exagero, mas serve para citar a ironia de Lineker). 
A noite foi dos ingleses, mas pelo menos nas redes sociais a atenção é repartida com Paulo Machado. O português entrou aos 74 minutos para o lugar de Leandro Salino, ainda mexeu no jogo, mas não conseguiu evitar a eliminação. O seu bigode é que não passou indiferente a ninguém.
No outro jogo desta quarta-feira não houve grande surpresa, apesar do Zenit ter imposto ao Borussia Dortmund a primeira derrota em casa na Liga dos Campeões em fases a eliminar desde 1996 (com o Ajax). A derrota por 4-2 em casa na primeira mão tornava a missão virtualmente impossível, mas o golo supersónico de Hulk aos 15 minutos deu alguma esperança.


Mas os alemães souberam conter danos e empataram ainda na primeira parte. Com Danny a titular e Neto a entrar ao intervalo, o Zenit nunca desistiu de procurar a vitória e chegaria ao 1-2 aos 72 minutos, por Rondon. O treinador interino Semak gesticulou muito para dentro de campo, tentou motivar os jogadores, mas a muralha alemã não quebrou e a nova equipa de André Villas-Boas fica mesmo afastada das competições europeias para o resto da época, podendo concentrar-se totalmente na Liga russa, onde tem uma desvantagem de três pontos para o líder Lokomotiv Moscovo quando faltam nove jornadas para o fim do campeonato.