Se já tem sido muito cobiçado em Inglaterra, Ruben Amorim fez questão de se mostrar aos ingleses com uma excelente versão do seu projeto Sporting. Desta vez, os leões não venceram o Tottenham, mas arrancaram um justo empate (1-1) e, com uma jornada por disputar, só dependem de si para carimbar bilhete para os oitavos de final da Liga dos Campeões.

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O Sporting apresentou-se na primeira parte em Londres com uma exibição personalizada e muito organizado defensivamente, quase sem abrir espaços às setas ofensivas dos spurs. Além disso, voltou a ser competitivo, tal como tem sido sempre que joga em igualdade numérica nesta fase de grupos.

No que concerne ao ataque à baliza de Hugo Lloris, Paulinho teve um papel importante, tal como no último triunfo, com o Casa Pia. O avançado recuou várias vezes no terreno para dar apoio e tabelar com os colegas e foi determinante no golo leonino.

Já Marcus Edwards, estava com índices de motivação claramente elevados e repetiu os pormenores de encher o olho com que havia presenteado a equipa inglesa no jogo de Alvalade.

Edwards tinha ameaçado nas arrancadas e progressão com bola e voltou a recorrer a essa arma, aos 22 minutos. Combinou com Paulinho e, numa altura em que muitos lhe estariam a pedir para ter calma, levantar a cabeça e tocar para um colega, o inglês nem pensou muito e armou o remate rasteiro e colocado para bater Lloris. O guarda-redes francês, de resto, deverá ter-se lembrado de Éder nesse momento, tais foram as parecenças com aquele célebre golo na final do Euro 2016.

A lição verde e branca estava bem estudada e os leões foram capazes de anular o poderio do Tottenham, que não se livrou dos protestos dos próprios adeptos, irritados com a passividade e falta de criatividade da equipa.

Para o segundo tempo, o plano que Amorim e Conte deram no balneário foi outro: o Sporting tentou conter a pressão arrebatadora dos ingleses e espreitar o segundo golo, enquanto o Tottenham forçou como pôde o empate.

Foi então que Amorim voltou a entregar o cartão de visita. O treinador dos leões mostrou que não tem apenas fama de apostar nos jovens e lançou dois leõezinhos a jogo: Nazinho e Mateus Fernandes, este último para a estreia.

Foi nos pés do lateral-esquerdo que estiveram as melhores oportunidades, separadas por apenas um minuto (77m e 78m). Primeiro, servido por Arthur, permitiu a defesa a Lloris e, depois, com a baliza escancarada, assumiu o peso da responsabilidade e atirou ao lado.

Na outra baliza, brilhava Adán. O espanhol mostrava que a exibição desastrosa em Marselha já estava ultrapassada e ia mantendo a esperança no triunfo. Ainda assim, «no melhor pano cai a nódoa».

O Sporting estava avisado que este Tottenham é uma equipa perigosíssima nas bolas paradas e foi assim que chegou ao golo. Aos 80 minutos, pontapé de canto, Rodrigo Bentancur aparece na área, sobrepõe-se a Adán e encosta para o empate. O espanhol ainda reclamou falta, mas o lance foi mesmo legal.

Na linha de fundo, Amorim nem queria acreditar no que estava a ver, sobretudo quando Eric Dier falhou em cumprir a «lei do ex» e desperdiçou duas oportunidades clamorosas para garantir o triunfo aos spurs.

Ao cair do pano, apareceu Harry Kane. O capitão do Tottenham marcou, para desespero do treinador e adeptos leoninos. Contudo, após um largo período de revisão no VAR, o lance foi invalidado por fora de jogo.

Suspirou de alívio Amorim, que trouxe de Londres um ponto suado, mas merecido. As esperanças do apuramento ainda estão intactas. O Tottenham lidera o grupo D com oito pontos, Sporting e Frankfurt têm sete e o Marselha soma seis. Na última jornada, os leões recebem os alemães e basta um empate. Vem aí uma final.

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