A Juventus atacou mais, tentou mais, mas a frieza do submarino amarelo afundou os italianos em Turim. Depois do empate a uma bola em Espanha, o Villarreal carimbou esta quarta-feira a qualificação para os quartos de final da Liga dos Campeões com um retumbante - e até inesperado - 3-0, dado que foi desenhado apenas no quarto de hora final.

A equipa de Unai Emery junta-se a Real Madrid e Atlético de Madrid para fazer de nuestros hermanos, a par de Inglaterra, o país mais representado na próxima fase da Champions, com três clubes. Itália sai de cena na liga milionária.

Desfecho ingrato e demasiado pesado para a equipa de Massimiliano Allegri, que dispôs das melhores oportunidades na primeira parte, antes de uma segunda parte em que a maior paciência na procura de espaços, perante um Villarreal mais coeso, seguro e fechado, deu lugar a um final horrível para os italianos. Perfeito para os espanhóis de Unai Emery.

Um, dois, três.

Foi a conta que o Villarreal fez e muito à boleia da entrada de Gerard Moreno, autor do primeiro golo, antes de Pau Torres e Danjuma colocarem o apuramento no bolso.

Quem via o 0-0 ao minuto 77 estaria longe de imaginar um final tão desigual e sem recurso a prolongamento. Foi eficácia e proveito total, com um penálti a abrir, outro a fechar e um golo a partir de um canto pelo meio. Inteligência de um coletivo que sabia para o que ia a Itália: não foi só para defender, longe disso.

No início, como se disse, foi sinal mais da Juventus. Exemplos não faltaram na primeira parte. Rulli negou primeiro o golo de cabeça certo a Morata (10m) e só não sofreu pouco depois porque o avançado espanhol atrapalhou-se na definição com Cuadrado (14m). Rulli voltaria a manter tudo a zeros ao voar para negar o 1-0 a Vlahovic (20m) e no minuto seguinte valeu-se dos ferros para que o sérvio não fosse feliz na conclusão.

Foi na resposta a isto que o Villarreal teve o melhor lance, num remate de Lo Celso que deu sensação de golo, mas a bola foi um tudo-nada ao lado (23m).

Na segunda parte, foi notória a maior contenção de parte a parte no ataque aos espaços e na procura da baliza, mas com a Juventus a assumir, grosso-modo, as despesas no meio-campo ofensivo.

Até que… até que tudo ficou Moreno para o Villarreal. E negro para a Juventus.

Minuto 74: entrada do internacional espanhol. Minuto 77: jogada de Moreno e Coquelin travado por Rugani na área. Minuto 78: depois de o árbitro Szymon Marciniak confirmar a infração com recurso às imagens, Moreno bateu Szczesny para o 0-1 no marcador.

Allegri mexeu de imediato ao tirar o infeliz Rugani para lançar Dybala e mais tarde Bernardeschi, mas o Villarreal tornou-se dono e senhor da eliminatória, selada num canto de Aurier concluído por Pau Torres (85m) e ainda mais desnivelada com um penálti de Danjuma no segundo de cinco minutos de compensação, após bola no braço de Matthijs De Ligt num remate do internacional neerlandês, numa jogada iniciada por… Moreno.

O submarino afundou Turim e sai de lá com a chave dos quartos, onde pode encontrar, entre outros, o Benfica.