A vitória do Chelsea na meia-final da Liga dos Campeões desta quarta-feira pode dar a José Mourinho a terceira final na prova para o treinador português. E abrir-lhe as portas para cumprir o sonho de ganhar a Champions por três clubes diferentes – o que nunca foi conseguido.

A vitória do At. Madrid dará a estreia a Diego Simeone fazendo voltar à final da mais importante competição europeia de clubes um treinador sul-americano 13 anos depois. O último foi Hector Cúper (pelo Valência) em 2001, também argentino.

As equipas decidirão em campo, em ultima instância, quem se juntará ao Real Madrid na final de Lisboa, no Estádio da Luz. Mas antes do pontapé de saída, em primeira instância, a palavra é dos treinadores. E, depois da primeira mão entre equipas tão semelhantes, tudo voltará a começar neles. Nas conferências de imprensa de lançamento do jogo, o respeito pelo adversário e o seu elogio foram, de novo, divididos com generosidade.

«É uma boa equipa, defende bem e marca golos. Ganham jogos, estão nas meias-finais da Champions e são quase campeões de Espanha. Tenho muito respeito pelo que estão a fazer. Ter a possibilidade de ganhar o título espanhol merece o meu respeito.»
José Mourinho sobre o At. Madrid

«Imagino sempre que vamos defrontar o melhor adversário. Basta lembrar que no outro dia foram a casa do líder [da liga inglesa], o Liverpool, e venceram por 2-0, com várias alterações em relação ao onze habitual. Têm um plantel supercompetitivo. Isso provoca-nos obviamente muita tensão e respeito.»
Diego Simeone sobre o Chelsea

Equipas com o ânimo em alta

Com o 0-0 da primeira mão, a vantagem é atribuída ao Chelsea por decidir agora a eliminatória em sua casa. Mas, como Mourinho também já lembrou, um nulo pode não ser assim tão favorável aos visitados, pois até pode haver nova igualdade e, se for com golos, a vantagem será sempre para os visitantes.

E os espanhóis até podem ser eliminados sem perder um jogo nesta edição da Liga dos Campeões, se tudo terminar em penáltis. Ao lado das oito vitórias e três empates na Champions (coma defesa menos batida: 5 golos), o At. Madrid não perde há 14 jogos em todas as competições. O Chelsea vem de uma vitória, como lembrou o argentino, que impõe todo o respeito que ainda não houvesse.

Ambas as equipas têm poucas queixas unitárias em relação a baixas. O Chelsea não pode contar com os castigados Lampard e Obi Mikel. Mas Mourinho já dispõe de Ivanovic (ausente na primeira mão) e pode também contar com John Terry. O outro lesionado na primeira mão, Petr Cech, foi integrado no treino, mas Mourinho ressalvou que está a pensar primeiro que tudo na união do grupo. Do lado do At. Madrid, Simeone não pode contar com Gabi (castigado).

Que português frente a Ronaldo?

Com Cristiano Ronaldo já na final, ficou garantido que haverá portugueses dos dois lados do jogo do título na Luz. Resta saber de será Mourinho com o Chelsea, se Tiago com o At. Madrid. Para o jogo de Stamford Bridge entre os emblemas inglês e espanhol, entretanto, há vários jogadores que não podem ver um cartão amarelo nesta segunda mão ou falham o que será o último jogo desta campanha: David Luiz e Willian pelo Chelsea; Insúa, Koke e Juanfran pelo Atlético.

Este será o quinto jogo entre Chelsea a At. Madrid nas competições europeias, depois de dois em fase de grupos da Champions, uma Supertaça Europeia e a primeira mão. Os «colchoneros» ganharam o único troféu disputado. Os «blues» estão na frente dos números por um golo, depois de dois empates e um triunfo para dada lado.

Esta será a quinta meia-final consecutiva de Mourinho de oito semifinais na Champions enquanto o Chelsea procura a sétima meia-final da Liga dos Campeões em 11 épocas e a terceira final da Liga dos Campeões em sete épocas. Das seis anteriores meias-finais, o clube inglês perdeu quatro. De quatro semifinais disputadas com clubes espanhóis, os «blues» só ganharam uma.

Frente a equipas inglesas, o Atletico apenas ganhou uma vez em nove jogos fora de casa, com quatro empates. Das sete eliminatórias em que começou a empatar em casa, o clube de Madrid ganhou quatro. E esta será também a oportunidade para o «Atléti» desempatar entre as seis passagens e seis eliminações nas 12 meias-finais que já disputou nas competições europeias.

Se tudo terminar na marcação de pontapés da marca de grande penalidade, qualquer um dos clubes não têm um registo animador. O Atlético perdeu nas três vezes que chegou a esta forma de desempate; o Chelsea foi vitorioso uma vez em quatro.