O Chelsea confirmou diante do Benfica a sua vocação para ter sucesso nas finais europeias, fazendo a sua estreia na decisão da Liga Europa. A equipa inglesa conta no seu currículo com cinco presenças em jogos decisivos na Europa, falhando apenas uma vez.

Os blues (que se estrearam na Europa em 1958) venceram a Taça da Taças em 1970/71, repetiram o sucesso em 1997/98 e levantaram o troféu da Liga dos Campeões de 2011/12, antes das conquista deste ano.

Reencaminhado para a Liga Europa, o clube londrino ganhou a final com Rafael Benítez no comando técnico. Um interino, uma vez mais. Observando o percurso europeu do adversário do Benfica, essa evidência é clara: as chicotadas psicológicas são frequentes no clube e parecem ter efeito.

O primeiro sucesso num jogo de desempate

Excluíndo a Taça das Taças de 1970/71, conquistada com Dave Sexton no banco (1-1 no primeiro jogo com o Real Madrid e 2-1 no jogo de desempate, em Atenas), o Chelsea disputou as restantes finais europeias com treinadores que não iniciaram a temporada no cargo.

Em 1998, Ruud Gullit foi despedido durante o mês de fevereiro. Gianluca Vialli passa a jogador-treinador. Leva a equipa ao jogo decisivo e torna-se o treinador mais jovem de sempre a vencer uma competição da UEFA, com 33 anos e 308 dias (também vence a Supertaça Europeia, com um golo de Poyet frente ao Real Madrid).

O recorde de Vialli perdurou até André Villas-Boas conduzir o F.C. Porto ao triunfo na Liga Europa, baixando a marca para 33 anos e 213 dias.

Portugueses saem antes das finais da Champions

Villas-Boas e José Mourinho. Dois nomes que irão acompanhar a história do Chelsea nas competições europeias. Em 2007, Mourinho inicia a temporada no clube mas sai a 20 de setembro. Villas-Boas, então seu adjunto, também.

Avram Grant, amigo pessoal de Abramovich, abandona o cargo de diretor de futebol (assumido em julho) e passa a treinador até final da temporada. Conduz os blues à primeira final da Liga dos Campeões mas perde a oportunidade para o Manchester United, nos penaltis.

Em Moscovo, marcaram Cristiano Ronaldo e Lampard. O português viria a falhar um castigo máximo mas Nani e seus pares garantiram o sucesso. 6-5 frente a um Chelsea que apresentou Ricardo Carvalho no onze. Grant foi afastado no final da temporada.

O adversário do Benfica falhou em 2007/08 mas levantaria o troféu quatro anos mais tarde. De novo, com uma chicotada psicológica. Roberto Di Matteo, que iniciou a época como adjunto de André Villas-Boas, substitui o técnico português antes da segunda mão dos oitavos-de-final.

Di Matteo, a final de Benítez e Mou de volta?

O Chelsea tinha perdido com o Nápoles por 3-1 mas dá a volta, vencendo com 4-1. Segue-se o Benfica nos quartos-de-final. Duas vitórias (1-0 e 2-1) e o Barcelona como derradeiro obstáculo. Superado. Na final, 1-1 frente ao Bayern de Munique que jogava em casa e 4-3 nas grandes penalidades. Pedro Proença foi o árbitro do encontro.

Roberto Di Matteo arrancou para a nova temporada com uma derrota pesada na Supertaça Europeia, no Mónaco. 1-4 frente ao Atlético de Madrid, com hat-trick de Radamel Falcao.

A 21 de novembro de 2012, nova chicotada psicológica no Chelsea. Sai Di Matteo, entra Rafa Benítez até final da época. O espanhol leva o clube a mais uma vitória em finais europeias. Está de saída, de qualquer forma. E Mourinho pode estar de regresso.

As cinco finais europeias do Chelsea

1970/71: Taça das Taças, 1-1 e 2-1 frente ao Real Madrid

1997/98: Taça das Taças, 1-0 frente ao Estugarda

2007/08: Liga dos Campeões, 1-1 e 5-6 nos penálties frente ao Man. United

2011/12: Liga dos Campeões, 1-1 e 4-3 nos penálties frente ao Bayern Munique

2012/13: Liga Europa, 2-1 frente ao Benfica.