Graham Potter, treinador do Chelsea, assume total responsabilidade pela derrota diante do Tottenham (0-2) e assume que, a partir de agora, será mais difícil continuar a contar com total apoio de toda a estrutura do clube de Stamford Bridge. A derrota no dérbi londrino foi apenas mais um episódio negro desde que o treinador chegou do Brighton em setembro de 2022.

Potter ganhou apenas nove dos 26 jogos que fez pelo Chelsea. A equipa de Stamford Bridge, que em janeiro contratou jogadores como João Félix e Enzo Fernández, não venceu nenhum dos últimos oito jogos, a pior série de jogos sem vencer nos últimos 22 anos, desde 2001, do Chelsea.

«Os resultados não são suficientes para um clube como o Chelsea. Assumo total responsabilidade pelos resultados. Estou convencido que os jogadores deram tudo, mas o primeiro golo mudou a complexidade do jogo e tornou tudo mais complicado para nós. Quando os resultados não são bons, e nesta altura não são, não podemos contar com um eterno apoio», destacou o treinador à Sky Sports no final da partida.

O treinador tem-se agarrado ao apoio que sente da parte dos proprietários do clube, mas agora assume que a situação está mais difícil. «Essa questão coloca-se sempre, absolutamente, não podemos parar essas perguntas e a assobiar, os resultados são o que são e temos de os aceitar, faz parte», acrescentou.

Apesar de tudo, o treinador acredita que ainda pode vir a sorrir no Chelsea e lembra o caso de Mikel Arteta, treinador do Arsenal que já esteve para ser despedido e agora é líder da Premier League. «Estávamos a falar antes do jogo sobre o documentário Arsenal, All or Nothing [da Prime Amazon] e há dois anos o Mikel [Arteta] esteve perto de ser despedido. Os adeptos queriam que ele saísse, diziam que era um desastre. Agora as coisas mudaram um bocadinho, no futebol é mesmo assim», destacou, dando, em sentido contrário, também o exemplo do Liverpool.

«Se olharmos para a atual situação do Jurgen [Klopp]. O Liverpool não está a conseguir resultados e de repetente já há quem queira que ele saia», apontou também. «É a natureza do futebol e obviamente não fiz ainda o suficiente neste clube para acreditarem em mim e aceito isso perfeitamente. O meu trabalho é não me preocupar muito com isso», acrescentou.

O treinador isenta ainda os jogadores de qualquer responsabilidade nos maus resultados. «Percebo as perguntas e percebo de onde vêm, mas o meu foco está apenas em ajudar a equipa e apoiar os jogadores porque gosto mesmo destes jogadores. São bons rapazes, querem fazer melhor, querem ganhar, mas neste momento estamos a sofrer e isso é responsabilidade minha», insistiu.