João Almeida, um dos mais promissores ciclistas portugueses, fez um balanço da sua curta carreira até ao momento, já com duas temporadas como ciclista WorldTour, e lançou as expetativas que guarda para o ano de 2022, depois de ter assinado um compromisso com a equipa UAE Team para os próximos cinco anos.

Em entrevista ao Cyclingnews, o jovem ciclista de 23 anos começou por fazer um balanço sobre o que já alcançou até ao momento, com modéstia, mas também com confiança. «Acredito que já dei bons sinais para o meu futuro. Só participei em duas Grandes Voltas, mas fui quarto classificado no Giro de 2020 e depois fui sexto já este ano. Não é nada mau», começou por referir.

Resultados que deixam fortes expetativas para o futuro, mas João Almeida está consciente que precisa manter-se focado. «Gosto de ser consistente. Para se manter o foco nas grandes voltas e durante a temporada, é preciso ser forte mental e fisicamente. Se perdes esse foco, nem que seja por uma semana, isso tem reflexos nos teus resultados. Penso que sou bom nisso, procura fazer o que é correto no momento adequado. Vou sempre procurar evoluir e melhorar. Acredito que tive uma temporada boa, agora estou com uma forte expetativa para os próximos anos», prosseguiu.

No que diz respeito à sua última experiência no Giro, João Almeida prefere destacar os aspetos positivos e relega para segundo plano as polémicas, quando lhe perguntaram sobre os custos da sua subordinação ao ciclista belga Remco Evenepoel. «Olha para trás para o Giro com uma luz positiva porque senti-me muito bem na terceira semana e estava a melhorar a cada dia. Tínhamos dois planos para o Giro e fizemos o que tínhamos de fazer», comentou.

Em relação ao antigo companheiro de equipa, que agora será adversário, o ciclista português considera que será uma vantagem conhecer bem Evenepoel. «de certeza que será uma vantagem. Conheço os pontos fortes dele e também as suas debilidades. Não tem muitas por isso é que é tão difícil de bater, mas será interessante competir com ele. Vamos ver o que acontece. Que ganhe o melhor. É justo dizer que o Remco é mais emotivo do que eu. Talvez ainda anão seja tão forte como ele, assim preciso de usar o meu cérebro um pouco mais e correr de forma mais inteligente para conseguir resultados», destacou.

Quanto aos objetivos para 2022, João Almeida aponta para Itália. «Diria que o meu objetivo para 2022 é o Giro e ver o que posso fazer ali mais uma vez. Também quero participar em outras corrida por etapas de uma semana. Quero ver o que posso alcançar e conseguir os melhores resultados com a minha equipa», destacou o ciclista português que, à partida, será um dos favoritos para a corrida italiana.

A fechar, João Almeida voltou a referir as expetativas que reserva para o próximo ano, mas sempre com equilíbrio. «Tens de encontrar um equilíbrio entre as corridas e a vida, caso contrário acabas em quatro anos. Acredito que é importante preservar as tuas pernas, bem como o teu cérebro porque é preciso muita força e energia mental para te concentrares na classificação geral em duas Grandes Voltas na mesma temporada. Prefiro evitar ir até ao limite porque espero ter uma carreira longa e com muitos êxitos», destacou ainda o jovem ciclista português.