O ciclista britânico Chris Froome defende o direito à isenção de uso terapêutico (TUE), depois de os seus registos médicos na posse da Agência Mundial Antidopagem (AMA) terem sido divulgados por hackers.

Froome é um dos mais recentes atletas a ter os seus registos médicos devassados, numa lista que já engloba 25 de oito países, à semelhança da divulgação de dados confidenciais ocorrida na terça-feira, que envolvia quatro atletas que competiram nos Jogos Olímpicos Rio2016.

Para além de Froome, também os seus compatriotas Bradley Wiggins (ciclismo), Charley Hull (golfe), Sam Townsend (remo) e Heather Fischer (râguebi) viram os seus registos médicos confidenciais tornados públicos sem o seu consentimento.

Na terça-feira, a AMA informou que um grupo de piratas informáticos russo, conhecido como Fancy Bear ou Tsar Team, acedeu ilegalmente à base de dados do sistema de administração e gestão antidopagem (ADAMS) da agência, criado para seguir os controlos feitos aos atletas.

O ataque informático, que levou já o ministro russo dos Desportos, Vitaly Mutko, a negar qualquer envolvimento do seu governo, terá sido feito através de uma conta do Comité Olímpico Internacional (COI), criada a propósito dos Jogos Rio2016.

O grupo acedeu a informação de desportistas, incluindo a dados médicos confidenciais, tais como isenções por uso terapêutico de medicamentos nos Jogos do Rio2016 autorizadas por federações internacionais e organizações nacionais antidopagem, de acordo com a AMA.

«Eu tenho discutido abertamente com a comunicação social as minhas isenções de uso terapêutico e não tenho qualquer problema com a fuga de informação, que só confirma o que tenho afirmado», referiu Chris Froome.

O ciclista, de 31 anos, acrescentou ainda que, em nove anos como profissional, recorreu apenas por duas vezes a essa prorrogativa, a última das quais em 2014, num quadro de um ataque exacerbado de asma.