203,6 quilómetros com o mercúrio dos termómetros a ultrapassar os 40 graus (e realizada na hora de maior calor). É este o desafio que espera os ciclistas na etapa desta sexta-feira da Volta a Portugal. A ligação entre Beja e Portalegre, «que no passado ganhou o nome de ‘frigideira alentejana’, devido às tórridas temperaturas que amoleciam o alcatrão da estrada», como recorda a organização da prova, traz desafios acrescidos numa altura em que os dois distritos em que se realiza estão em alerta vermelho por causa do tempo muito quente e seco.

O protocolo da UCI (União Ciclista Internacional) diz que, em caso de «condições meteorológicas extremas», nas quais se incluem «temperaturas extremas», pode haver alterações e mesmo cancelamento da etapa ou da prova.

Em declarações ao Maisfutebol, o comandante Rui Conchinha, do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Portalegre, explicou que «a Protecção Civil é parceira da Organização da Volta a Portugal «e tem montado um dispositivo apropriado ao risco do distrito», onde, além da etapa, há «outros eventos e festivais que potenciam o risco».

«A situação, com temperaturas elevadas e humidade baixa, é preocupante, mas o risco existe, com ou sem etapa», explicou o responsável, dizendo que «o percurso da Volta não passa por zona florestal, mas sim por um IP, que tem condições que tranquilizam».

Questionado sobre a recomendação de «evitar atividades que exijam grandes esforços físicos», que tem estado nos alertas da Proteção Civil, o comandante Rui Conchinha lembrou que «o caso dos ciclistas é diferente do dos cidadãos comuns».

Ainda assim, e para minimizar os efeitos do calor, alguns quarteis de bombeiros preveem utilizar os autotanques para «fazer um chuveiro em determinadas partes do percurso». Uma medida que tem de ser «aplicada com cuidado, para não molhar demasiado a estrada e causar derrapagens».

E a utilização de autotanques para este fim, em dia de risco máximo de incêndio não poderá causar uma falta desse meio no combate a fogos? Rui Conchinha garante: «Naturalmente, se surgir uma emergência será prioritária e os meios encaminhados para ela».

A segunda etapa da Volta a Portugal partiu então às 12:30 de Beja, em direção a Portalegre, para os tais 203,6 quilómetros, num percurso praticamente plano, sem qualquer contagem de montanha. A chegada está prevista para as 17:20.