O principal escalão do futebol português está entre as piores provas da Europa no que diz respeito ao tempo útil de jogo. 

Esta é a conclusão de um estudo do CIES, o Observatório do Futebol, que analisou 37 provas europeias, entre 1 de julho de 2019 e 3 de março de 2021: 30 campeonatos do principal escalão de membros da UEFA, cinco campeonatos da segunda divisão e ainda a Liga dos Campeões e a Liga Europa.

No que diz respeito ao tempo útil de jogo, a média europeia é 61,3 por cento, mas a Liga portuguesa fica pelos 58,3 por cento.

O estudo só aponta cinco provas com pior registo: a Liga grega (57,5), o Championship, segundo escalão inglês (57,2), a Liga checa (56,8) e a segunda divisão espanhola (55,9).

No plano oposto está a Liga israelita, com 66,9 por cento de tempo útil de jogo, sendo que a Liga dos Campeões apresenta 64,7.

Ainda que o tempo útil de jogo seja muito baixo, Portugal até está nos lugares cimeiros da tabela de tempo total de jogo: em média os jogos têm 97 minutos e 51 segundos, um registo superado apenas pela Liga Turca (99m00s), Championship (98m00s) e Liga grega (97m54s).

O estudo do CIES analisou ainda as causas das paragens de jogo, e aponta que o principal fator é o tempo que a bola passa fora do terreno de jogo, que em média representa um quinto do tempo total de jogo.

As faltas ocupam, em média, 14,8 por cento do tempo total de jogo, mas aí a Liga portuguesa volta a aparecer nos lugares cimeiros, com um registo de 17,4 por cento. Só superado pela Liga grega (19 por cento) e a segunda divisão espanhola (18,3).

Este padrão está patente também no número de faltas por jogo, que em Portugal é de 31,7, em média, o que representa o quarto registo mais elevado entre todas as provas analisadas neste estudo.