A «sensação de que a FIFA é uma organização corrupta» existe entre os adeptos do futebol, entre os quais se colocou Jonathan Marland, responsável da Commonwealth, uma das organizações participantes na Cimeira Inter-Regional de Política Desportiva.

O presidente do Conselho Económico da organização que reúne os países falantes de língua inglesa deixou suspeitas sobre os processos de escolhas em vários Campeonatos do Mundo de futebol. E, mais tarde, acabou com críticas duras à FIFA.

Jonathan Marland foi um dos oradores na abertura da cimeira organizada em Lisboa pelo Centro Internacional para a Segurança no Desporto (ICSS), um evento em que se pretende caminhar para uma agenda internacional para a defesa da integridade no desporto.

O representante da Commonwealth – que é uma das entidades desta abordagem transnacional para defender a integridade desportiva – destacou o papel dos governos pela sua inação, pois, «não fazem nada», mas criticou também a comunicação social porque «atacou muito o Qatar, mas fez pouco quanto à Rússia e ao Brasil».

Questionado em concreto sobre o tinha querido dizer a respeito das organizações dos Campeonatos do Mundo, Marland frisou que estão «todos envolvidos» no processo de transparência das candidaturas e que «a comunicação social deve investigar».

Sem certezas de irregularidades, mas com suspeitas, Marland explicou o que tinha dito antes: «Não acredito que o Qatar está sozinho como o país que agiu de forma errada.»

Nestas declarações posteriores para as perguntas dos jornalistas, o inglês reforçou que estava a «falar como desportista», mas não deixou de assumir: «Quer que eu o diga? Entre os adeptos existe a sensação de que a FIFA é uma organização corrupta e não defende os interesses do futebol.»

Os interesses do futebol em particular e do desporto em geral é o que a cimeira pretende defender com «respostas transnacionais» para os problemas da mesma dimensão, como os descreveu Emanuel Medeiros.

O diretor (CEO) do ICSS na Europa destaca o objetivo de encontrar uma «agenda comum» a nível mundial para garantir a integridade desportiva, o desenvolvimento económico e desportivo, a boa governança e integridade financeira, bem como a formação dos jovens e a proteção dos menores.

Medeiros revelou que as conclusões desta cimeira que decorre entre esta segunda-feira e amanhã no Palácio Foz, em Lisboa, irão ainda ser entregues na tarde de terça-feira na Assembleia da República para apresentação ao Parlamento português.