Depois de Sevilha e Gelsenkirchen tinha chegado a altura de o F.C. Porto conquistar Yokohama, no Japão, no duelo com os colombianos do Once Caldas pela última Taça Intercontinental da história. E, depois de 120 minutos sem golos, mas com várias bolas no ferro e golos mal anulados, os «dragões de Yokohama» venceram nos penalties e levantaram o troféu pela segunda vez na sua história. Completam-se hoje cinco anos sobre a conquista e no F.C. Porto muito mudou. Da equipa que subiu ao topo do mundo já só resta Nuno.
O MaisFutebol chegou à fala com Derlei, que esteve no onze inicial do F.C. Porto nesse encontro, para lembrar a conquista que foi o «fecho de um ciclo». «Foi um jogo muito difícil. Claro que as vitórias nos penalties são sempre uma lotaria, mas eu estava confiante, fomos para o Japão com um sentimento de vitória. Pelo que tínhamos feito antes e pelo que jogamos nesse jogo acho que o título foi totalmente merecido», afirmou.
E a conquista, algumas vezes olvidada em detrimento de outras, não o é pelo avançado. «Ganhar a Intercontinental é o ponto máximo a que um clube pode chegar, até porque para se poder disputar este troféu tem que se passar pela Liga dos Campeões, que eu considero o campeonato mais competitivo do mundo», lembrou, acrescentando a diferença na forma de ver o troféu entre os dois continentes: «Na Europa não se valoriza tanto a Intercontinental, mas aqui no Brasil é vista como o título mais importante que se pode atingir num clube, afinal quem ganha é o campeão do Mundo».
O olhar de Pedro Emanuel, uma imagem para a história
De Sevilha é costume lembrar-se os golos de Derlei. De Gelsenkirchen a superioridade demonstrada pelos Dragões. Do Japão há algo que marcou quem viu: o olhar conquistador de Pedro Emanuel, no segundo antes de marcar o penalty decisivo.
«Aquele olhar que ficou para a história foi, talvez, a forma de ele extravasar tudo o que tinha passado. O Pedro veio para o F.C. Porto depois de ser campeão no Boavista e certamente que esperava ser titular. Mas depois, com a ascensão do Ricardo Carvalho e, claro, com o Jorge Costa, acabou por ficar de fora em muitos jogos. Ele estava muito concentrado, sabia que estava tudo nas mãos dele mas é um grande jogador e os grandes jogadores lidam bem com a pressão», referiu Derlei.
O avançado, para quem a final mais marcante foi a da Liga dos Campeões por ser «a prova mais importante da Europa», lembrou que a sua passagem pelo F.C. Porto foi «coroada de sucesso do primeiro ao último dia».
Esta conquista foi também a última de um clube português no panorama internacional, algo que Derlei acredita que mude em breve. «É possível ganhar algo já esta temporada. Há três equipas portuguesas com hipóteses de o conseguir. Porque não regressar já às vitórias internacionais?»
Onde andam os «dragões de Yokohama»?
Vítor Baía (Director das Relações Externas do F.C. Porto); Nuno, 103 min (F.C. Porto)
Jorge Costa (Treinador do Olhanense)
Pedro Emanuel (Treinador dos sub-17 do F.C. Porto)
Ricardo Costa (Wolfsburgo)
Seitaridis (Panathinaikos)
Costinha (Atalanta)
Maniche (Colónia)
Diego (Juventus)
Derlei (sem clube); Carlos Alberto, 69 min (Vasco da Gama)
Luís Fabiano (Sevilha); Ricardo Quaresma, 78 min (Inter de Milão)
McCarthy (Blackburn Rovers)
Não Utilizados: Bosingwa (Chelsea), Areias (sem clube), César Peixoto (Benfica) e Hélder Postiga (Sporting)
Veja o resumo do encontro