Paulo Futre já fez as suas apostas para o Clássico de sexta-feira, no Dragão, entre F.C. Porto e Benfica. Apesar de não escolher um lado, porque não pode «ir contra» os dragões e porque é amigo de Luís Filipe Vieira, presidente dos encarnados, o antigo jogador dos dois rivais acredita que dois jogadores têm mais hipóteses de decidir do que os restantes companheiros.

«O Hulk, sem dúvida. E no Benfica vou apostar no Nolito, que fez dois golos à Académica. Acho que podem ser os dois. O Nolito está num bom momento, adaptou-se bastante bem ao futebol português e ao Benfica, acho que pode desequilibrar lá», afirmou o antigo avançado, em entrevista à Agência Lusa.

Um jogo de alta pressão. Mas para ambas as equipas. É assim que Futre vê o embate: «Quando cheguei ao F.C. Porto, a primeira coisa que me disseram foi que tinha de ganhar ao Benfica e ao Sporting, mas muito mais ao Benfica, porque era a equipa com mais títulos, onde havia o poder em todos os aspectos. Por isso, a primeira coisa que te dizem é que tens de ganhar ao Benfica, seja como seja. Eu nunca joguei nas Antas pelo Benfica, mas ser jogador do Benfica naquela altura, ou mesmo hoje, acho que pouco mudou, não é fácil. Sentem uma pressão tremenda. Também naquela altura, com 120 mil pessoas na Luz, era uma pressão grande para nós, jogadores do FC Porto.»

O clone Capel e a luta pelo título

Paulo Futre revê-se no extremo esquerdo leonino Diego Capel, mas adverte que o espanhol ainda procura encontrar o seu ritmo e o seu espaço na equipa. «É um jogador que tem muitas coisas minhas, de quando eu jogava. Vês os movimentos de braços, vês que é um jogador muito vertical, que procura sempre o um-contra-um e, quando está bem, sozinho decide um jogo. Já fez coisas interessantes, mas está numa fase de adaptação», assinalou.

O antigo internacional sub-21 pode ser trunfo para os leões poderem lutar pelo título. «Acho que os três vão estar sempre a lutar, mas espero que o meu Sporting, depois da grande vitória em Paços de Ferreira, muito importante psicologicamente, muito importante para o moral dos jogadores, e das vitórias na Liga Europa e com o Rio Ave, consiga manter esta linha positiva», atirou, antes de garantir que está do lado do treinador Domingos Paciência, apesar de não ter sido essa a sua aposta quando fez parte da lista de Dias Ferreira: «Estou completamente de acordo com ele, o Sporting está na luta. Nunca diz que vai lutar pelo título, porque sabemos que o FC Porto está muito forte, vem de uma época excelente, em que ganhou tudo o que tinha para ganhar; e o Benfica também, foi campeão há dois anos e, tirando o início do campeonato, fez coisas muito positivas o ano passado.»

E o «seu» clássico?

Paulo Futre elegeu como o seu melhor clássico o que valeu a conquista da Supertaça aos dragões, em 1986, à custa de uma má noite de Neno. «Ganhámos na Luz, por 4-2. Foi um dia muito feliz para mim e para o FC Porto, mas foi um dia horrível para o Neno, que era meu colega na Selecção e era o guarda-redes do Benfica. Estava contente por mim e pelo FC Porto, mas, por outro lado, estava triste pela má noite que ele teve», assinalou. Futre marcou dois golos, Madjer e Gomes um cada, Diamantino e Dito foram os autores dos tentos dos encarnados.