Lembra-se do último 0-0 entre F.C. Porto e Sporting? Foi em 2001, num tempo distante, com 25 jogos interessantes, com golos, pelo meio.
Neste sábado, no Estádio do Dragão, voltaram os longos bocejos, o enfado por um jogo essencialmente táctico e físico. Feio, mesmo.
48.010 espectadores no recinto portista, ali bem perto do final do mês. Nada mau. Mas justificava-se maior preocupação de treinadores e jogadores com a qualidade do espectáculo.
Ao final da noite, muitos deram o tempo por perdido, encontrando neste jogo um bom motivo para passar a ficar em casa.
Hoje em dia, o adepto já não se contenta com a quezília da praxe, o caso para reclamar durante a semana, aquela ameaça de golo que não passou disso mesmo.
Louve-se, pelo menos, o discurso dos treinadores no final do jogo, sem queixas directas à arbitragem, mesmo com razões para o fazer.
Voltando ao essencial, foi um jogo mau. Um clássico à moda antiga, aquela moda que preferimos nem recordar. Na época 2008/09, em seis jogos entre os chamados grandes, foi o único nulo. Percebe-se porquê.
O F.C. Porto ganha com o empate porque ficou na frente, com vantagem directa sobre o Sporting, sem perder nenhum clássico.
O Sporting também não ficou a perder, porque vinha com uma imagem péssima, após a goleada frente ao Bayern. Há duas jornadas, estava arredado do título, sem pontos frente a F.C. Porto e Benfica. Em dois jogos, somou quatro e está na corrida, limpando a face.
Ou seja, neste nulo, quem ficou a perder? Adivinhou. Os adeptos e, em última instância, o futebol.