A FIGURA: OTAMENDI

Impositivo nos duelos, alguns travados nos terrenos habitualmente pisados pelo parceiro do lado Jan Vertonghen, quase nada passou por ele. Há onze anos celebrou na Luz um título pelo FC Porto e agora, também por saber o que isso representa, deu tudo para que a história não se repetisse, ao ponto de até ter assistido Darwin para um golo invalidado pelo VAR por fora de jogo. E não foi por ele que não se repetiu.

 

O MOMENTO: um detalhe de 2 centímetros. MINUTO 52

Bola de Otamendi, receção excelente de Darwin e remate de pé direito no tempo certo. A bandeirola ficou em baixo, a Luz festejou e o goleador uruguaio viu o amarelo por tirar a camisola. Três minutos depois, o golo que poderia ter adiado o título ao FC Porto e fazer com que o Benfica não tivesse de se expor tanto nos minutos finais, foi anulado.

 

OUTROS DESTAQUES

Darwin: apareceu pouco na primeira parte, talvez também porque a equipa procurasse pouco a profundidade dele. No regresso dos balneários, essa tendência foi alterada, mesmo quando ainda estava sozinho na frente de ataque. Foi numa dessas tentativas que celebrou o golo aos 52 minutos, após uma excelente receção e finalização, lance invalidado por fora de jogo. As entradas de mais homens para a frente acabaram por encostá-lo ao corredor esquerdo, onde procurou continuar a fazer a diferença, mas sem sucesso.

Taarabt: é o jogador do Benfica com mais oscilações exibicionais ao longo de um jogo. Falha muitos passes e perde muitas bolas, o que deixa os adeptos com os nervos à flor da pele, mas também é um dos poucos jogadores dos encarnados com capacidade para decidir um jogo em qualquer momento. Mesmo desgastado fisicamente, foi dos que mais tentou que o título não se ficasse na Luz. Talvez (ou talvez não) pudesse ter carregado Pepê e travado o contra-ataque que deu o golo ao FC Porto, mas isso só impediria a vitória dos dragões e nunca a festa.

Vlachodimos: negou, com uma boa mancha, a Taremi o 1-0 para os azuis e brancos ao quarto de hora de jogo. No minuto seguinte mostrou serenidade em nova abordagem, essa mais acessível a remate de Evanilson. A abrir a segunda parte voou para negar o golo ao ponta de lança brasileiro portista. Teve uma grave falha de comunicação com Gilberto que quase entregou um golo aos dragões.

Weigl: esteve quase sempre sereno no controlo dos equilíbrios no meio-campo e voltou a mostrar que tem hoje um raio de ação muito maior do que quando chegou, em janeiro de 2020, ao Benfica. Não problemas em recorrer a faltas cirúrgicas quando necessário e esteve quase sempre impecável nas coberturas. Um erro que podia ter saído caro quando, aos 75 minutos, deixou a equipa defensivamente descompensada após uma perda de bola ainda no meio-campo defensivo.

Lazaro: foi a grande surpresa no onze do Benfica, fruto das ausências de Everton e de Diogo Gonçalves. Começou na esquerda e passou para a direita após a saída de Gil Dias. Teve algumas boas iniciativas sobretudo na primeira parte. Naturalmente, era preciso mais naquele corredor para fazer mossa, mas atendendo ao contexto – o jogo que era e o seu (o de Lazaro) na equipa, esteve a um nível razoável.