A FIGURA: Zaidu

Muitas vezes apontado como o elo mais fraco do onze do FC Porto – e até criticado em tempos publicamente por Sérgio Conceição – já estava a ser um dos jogadores mais constantes dos azuis e brancos quando, aos 90+4 minutos, desfez as poucas dúvidas que ainda pairavam na Luz sobre a atribuição do título. Decidido a acompanhar o contra-ataque de Pepê, apareceu para finalizar no coração da área benfiquista e dar aos dragões mais uma vitória na casa do maior rival. O «patinho feio» virou «cisne».

 

O MOMENTO: golo de Zaidu. 90+4m

O FC Porto jogava com o relógio e segurava de forma competente o ponto que lhe bastava para celebrar a conquista do título no Estádio da Luz. Mas nunca deixou de ter olhos para a baliza de Vlachodimos e a fechar o jogo colocou a cereja no topo do bolo num contra-ataque após um canto favorável aos encarnados.

 

OUTROS DESTAQUES

João Mário: regressou neste sábado às opções iniciais de Sérgio Conceição e nos primeiros 45 minutos fez pelo menos dois cortes de extrema importância. No primeiro, impediu Gonçalo Ramos de premir o gatinho quando ensaiava uma bicicleta e no segundo evitou que Darwin arrancasse em diagonal da esquerda na direção da baliza de Diogo Costa. Subiu com critério e aí também teve bons apontamentos. Mais dificuldades na segunda parte, sobretudo a partir do momento em que, após a entrada de Seferovic, Darwin descaiu para o corredor.

Otávio: homem de equilíbrios e altamente combativo, com sempre, foi dele o fantástico passe que esteve na origem da única ocasião flagrante de golo na primeira parte, quando encontrou Taremi a entrar pelas costas de Vertonghen e lançou o avançado iraniano na cara de Vlachodimos. Apesar disso, esteve pouco acertado no passe nesse período do jogo. Cresceu na segunda parte e foi mais participativo na construção ofensiva, revelando outra capacidade de chegada ao último terço.

Pepe: comandou a linha defensiva com a competência que lhe é (re)conhecida e soube ler, do alto dos 39 anos que tem, os momentos do jogo, como naquele momento em que, ainda na primeira parte, ficou no chão durante um minuto numa altura em que o Benfica estava por cima e os dragões precisavam de serenar. O golo do FC Porto nasce de um corte dele com a cabeça. Depois disso, a bola foi para Pepê, que serviu Zaidu lá na frente.

Taremi: desperdiçou uma boa ocasião de golo ao fechar o quarto de hora. Travou uma dura batalha com os centrais do Benfica, nomeadamente com Otamendi, que levou a melhor sobre ele na maioria das ocasiões. Não foi decisivo como noutras ocasiões, mas a capacidade de luta esteve sempre presente até sair de cena aos 87 minutos.