Será um risco Bruno Lage apostar no «adaptado» Nuno Tavares novamente do lado direito da defesa para fazer frente a jogadores como Alex Telles e Luis Díaz?

A pergunta surgiu na conferência de imprensa de antevisão ao clássico deste sábado e o treinador do Benfica começou por responder colocando em cima da mesa um risco que Sérgio Conceição também poderá correr: o de pôr o extremo Corona no setor mais recuado da defesa.

«É o mesmo risco de colocar um ala a lateral-direito», começou por dizer, focando-se depois nos frutos já colhidos pela aposta no jovem de 19 anos, titular nos três jogos oficiais já realizados pelo Benfica esta temporada.

«Também é um facto de que pode trazer outro tipo de vantagens, como foi o caso do golo que marcou ao Paços de Ferreira. Se calhar, o maior risco foi colocar um jovem que tinha meia dúzia de jogos na II Ligar a titular na Supertaça e a começar campeonato. Mas, conhecendo a qualidade do Nuno, se calhar não foi um risco tão grande», apontou.

Em conversa com os jornalistas, Bruno Lage analisou de forma mais detalhada a equipa de Sérgio Conceição, que sofreu algumas mutações nesta época.

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«Vejo uma equipa forte, determinada, com uma enorme organização coletiva e com valores indivudiais muito fortes. Vejo que o [Luis] Díaz é um jogador que tamém procura o espaço interior, parecido com o Brahimi mas diferente. Brahimi por vezes vinha jogar à frente dos nossos médios. Díaz segura-se mais entre linhas e ataca muito as costas do nosso central. Eventualmente essa é a grande diferença, mas isso também depende muito das características dos jogadores. Os médios com dinâmicas parecidas. Neste início de época, em função dos quatro jogos que fez, e jogando com o Baró, por vezes fazem uma linha de três médios atrás dos nossos dois avançados. Uma dinâmica diferente, mas a dinâmica e a força do coletivo bem presentes», frisou.

Recorde-se que o Benfica chega a este jogo com a Supertaça conquistada e seis pontos no campeonato à segunda jornada, enquanto que o FC Porto foi eliminado da Liga dos Campeões e perdeu na jornada de abertura da Liga diante do Gil Vicente.

O treinador dos encarnados desvalorizou os resultados dos dragões. «Nunca analiso um jogo em função do resultado. Até quando analiso um jogo nem vejo os golos. Analiso sim a qualidade do jogo. Nestes quatro jogo, como nós, têm coisas muito boas e menos boas. Acredito que do outro lado também seja isso que esteja em mente: ter cuidados com o que fazemos de bom em termos coletivos e tentar aproveitar as coisas que ainda não estão tão bem trabalhadas», referiu, antes de deixar um desafio interessante. «Tentem um dia fazer uma análse de um jogo sem saber o resultado e sem ver os momentos dos golos. E se calhar vão ter uma análise diferente daquela a que nos leva o resultado.»